O ministro da Saúde admitiu esta terça-feira estar “preocupado” com as “circunstâncias da organização das urgências hospitalares”, numa altura em que muitos médicos se recusam a ir além das 150 horas suplementares legalmente previstas, mas assinalou ter a “expectativa” que sejam encontradas soluções que permitam que os serviços se mantenham abertos.
“Naturalmente que eu estou preocupado com as circunstâncias da organização das urgências hospitalares. Devo dizer que este não é um problema novo, desde sempre, no Serviço Nacional de Saúde (SNS), as urgências hospitalares dependeram, em larga medida, da prestação de horas extraordinárias”, começou por dizer Manuel Pizarro, quando questionado pelos jornalistas à margem da inauguração de uma Unidade de Saúde (USF) em Vagos, no distrito de Aveiro.
O ministro mantém, no entanto, a “expectativa” que, “com diálogo e com mais ou menos dificuldades, seja possível assegurar o funcionamento das equipas, num equilíbrio das necessidades das pessoas e o respeito pelos profissionais”. “Tenho a expectativa que será possível, em cada sítio, encontrar soluções que permitam a manutenção dos serviços que são essenciais para garantir a segurança dos portugueses”, acrescentou.
De acordo com dados da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), há cerca de dez dias, 110 médico do Norte tinham já apresentado escusa a mais horas extraordinárias, além das 15o legalmente previstas.
Manuel Pizarro inaugurou esta terça-feira uma Unidade de Saúde Familiar em Vagos, destacando que a implementação de três USF no município “permite que todas as pessoas de Vagos tenham acesso a uma equipa de saúde familiar”. “Esta é uma boa notícia e faz parte do esforço que estamos a fazer para reorganizar o SNS”, vincou aos jornalistas.