Inteligência artificial pode substituir 300 milhões de empregos, diz a Goldman Sachs

O impacto da inteligência artificial (IA) varia em diferentes sectores: 46% das tarefas administrativas e 44% nas profissões jurídicas podem ser automatizadas, mas somente 6% na construção e 4% na manutenção.

A inteligência artificial pode substituir o equivalente a 300 milhões de empregos em tempo integral, segundo um relatório do banco de investimentos Goldman Sachs a que a BBC News teve acesso.

A análise conclui que o impacto da IA varia em diferentes sectores: 46% das tarefas administrativas e 44% nas profissões jurídicas podem ser automatizadas, mas apenas 6% na construção e 4% na manutenção. Isto poderá significar a perda de um quarto dos postos de trabalho nos Estados Unidos e na Europa.

No entanto, a IA também poderá levar à criação de novos empregos e a um incremento da produtividade, uma vez poderá aumentar em 7% o valor anual total de bens e serviços produzidos.

“A única coisa de que tenho certeza é que não há como saber quantos empregos serão substituídos pela IA generativa, capaz de criar conteúdo que não se distingue do trabalho humano”, afirmou Carl Benedikt Frey, futuro director de trabalho da Oxford Martin School, da Universidade de Oxford, à BBC News.

“O que o ChatGPT faz, por exemplo, é permitir que mais pessoas com habilidades medianas de redacção produzam ensaios e artigos. Os jornalistas enfrentarão, portanto, mais concorrência, o que reduzirá os seus salários. Nos próximos anos, a IA generativa provavelmente terá efeitos semelhantes em um conjunto mais amplo de tarefas criativas”, concluiu.

De acordo com o relatório, 60% dos trabalhadores estão em ocupações que não existiam em 1940. Contudo, outros estudos sugerem que a mudança tecnológica que está a acontecer desde a década de 1980 deslocou trabalhadores mais rapidamente do que criou empregos.

Por seu lado, para o diretor-executivo do think tank da Resolution Foundation, Torsten Bell, o impacto a longo prazo da IA é altamente incerto.

“Não sabemos como a tecnologia vai evoluir ou como as empresas vão integrá-la na forma como trabalham”, sublinhou. “Isso não quer dizer que a IA não vai interferir na maneira como trabalhamos, mas devemos concentrar-nos também nos ganhos potenciais do aumento da produtividade e de termos serviços mais baratos”, alegou.

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