A multinacional portuguesa de consultoria de riscos e seguros MDS estima que “menos de 1%” das empresas portuguesas têm seguros de protecção contra ciberataques.
De acordo com o estudo “MDS Research: Situação Económica em Portugal”, divulgado esta sexta-feira, “as empresas portuguesas estão desprotegidas face aos impactos dos ataques cibernéticos, apesar de mais de um terço dos empresários e gestores identificarem o risco cibernético como um dos principais riscos que enfrentam”.
As estimativas da MDS apontam “para uma penetração residual dos seguros para riscos cibernéticos em Portugal, com menos de 1% das empresas a terem esta importante ferramenta de transferência de risco”.
O seguro para riscos cibernéticos permite às empresas cobrirem as despesas para combater ciberataques, compensarem as perdas em caso de descontinuidades do negócio e assegurarem os recursos para que voltem a funcionar.
“Mas pode incluir também uma solução robusta de serviços de prevenção e monitorização de ataques, de resposta urgente em caso de sinistro, bem como o acesso a redes de especialistas informáticos e peritos forenses com experiência comprovada no tratamento de sinistros”, refere o comunicado.
“Os seguros cibernéticos são uma excelente ferramenta para a gestão de risco, mas as empresas ainda não estão a aproveitar esta oportunidade para reforçar a sua protecção e garantir a continuidade e sustentabilidade dos seus negócios”, diz, citado na nota, o director técnico e de sinistros da MDS Portugal, Pedro Pinhal.
Segundo o responsável, “os ataques recentes em Portugal realçam a importância desta protecção, que é essencial e complementar às soluções de protecção tecnológica. O seguro cyber não substitui nem exclui os mecanismos de segurança e os planos eficazes de resposta a incidentes; como também estes não tornam o seguro desnecessário ou redundante”.
Portugal está entre os 30 países com maior número de ciberataques a nível mundial, segundo dados da Kaspersky, estimando-se que o impacto do cibercrime a nível mundial supere os 20 mil milhões de dólares (cerca de 17,5 mil milhões de euros à taxa de câmbio actual).