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Sexta-feira, 27 Maio 2022
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      Tribunal Constitucional

      Lei dos metadados. TC nega pedido do Chega para restringir efeitos da inconstitucionalidade

      O Tribunal Constitucional indeferiu o pedido do Chega, que pretendia restringir os efeitos da declaração de inconstitucionalidade da lei dos metadados, considerando que o grupo parlamentar não tem legitimidade processual para tal.
      Lídia Pereira, apoiante de Jorge Moreira da Silva, e João Pedro Luís, apoiante de Luís Montenegro esgrimem argumentos
      PSD, Liderança

      PSD: O que dizem os mandatários mais jovens dos candidatos sobre o papel das novas gerações

      Para João Pedro Luís e Lídia Pereira, mandatários de Luís Montenegro e de Jorge Moreira da Silva, existe um ponto de convergência: os jovens estão mobilizados para a política e o PSD continua a conseguir captá-los
    • País
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      IPMA

      Risco máximo de incêndio em 29 concelhos de cinco distritos

      Segundo o IPMA, o risco de incêndio vai manter-se elevado em algumas regiões pelo menos até terça-feira.
      A primeira página do NOVO
      Capas

      A primeira página do NOVO

      Descubra as notícias em destaque em mais uma edição do NOVO Semanário, esta sexta-feira nas bancas. Saiba também quem é o protagonista da entrevista do NOVO Magazine, o suplemento que acompanha o seu jornal.
    • Economia
      Apoio de 60 euros é pago esta sexta-feira a mais 280 mil famílias

      Apoio de 60 euros é pago esta sexta-feira a mais 280 mil famílias

      Em Abril, o apoio chegou a mais de 762 mil famílias que, em Março, eram beneficiárias da tarifa social de electricidade. No entanto, o Governo decidiu alargar a medida aos beneficiários de prestações sociais mínimas que não estão abrangidos pela tarifa social.
      Filipe Lobo d’Ávila nomeado sócio da Rödl & Partner

      Filipe Lobo d’Ávila nomeado sócio da Rödl & Partner

      Antigo secretário de Estado, de 47 anos, viu reconhecido o crescimento da multinacional de serviços jurídicos em Portugal, visto como um mercado “apetecível e com grande futuro”
    • Internacional
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      Internacional

      Russos bombardeiam região de Dnipro

      Chefe da Administração Militar Regional de Dnipropetrovsk revela que a situação em Dnipro é complicada, com “vários ataques” e as equipas de resgate a procurar sobreviventes entre os escombros dos edifícios atingidos.
      Ciberataque: ONU alerta países-membros para circulação de falsas mensagens de Guterres

      Ciberataque: ONU alerta países-membros para circulação de falsas mensagens de Guterres

      Carta do Secretariado das Nações Unidas foi enviada aos 193 países membros da organização.
    • Cultura
      Teatro Nacional São João atribui bolsas a sete artistas ucranianos refugiados em Portugal

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      Sete bolsas já atribuídas contemplam três actrizes, uma fotógrafa de cena, um videasta, uma pianista e uma bailarina e professora de dança.
      Eurovisão 2022

      Ucrânia vence Eurovisão

      Canção ucraniana, apontada como favorita, acabou por conseguir o primeiro lugar na final do festival, que decorreu na noite de sábado em Turim. Portugal, representado por MARO, ficou em nono lugar.
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      Benfica anuncia segundo reforço para 2022/2023
      Mercado

      Benfica anuncia segundo reforço para 2022/2023

      Depois de Musa (ex-Boavista), Mihailo Ristic, defesa-esquerdo que representava os franceses do Montpellier, chega à Luz a custo zero.
      José Mourinho continua imparável em finais europeias
      Futebol

      José Mourinho continua imparável em finais europeias

      Português mantém-se 100% vencedor, são cinco troféus em cinco jogos decisivos. Desta vez a vítima foi o Feyennord graças um golo solitário de Zaniolo. E a 1.ª Liga Conferência é da Roma.
    • Ambiente
      Portugal entre os países que mais vão sentir as alterações climáticas
      Internacional

      Portugal entre os países que mais vão sentir as alterações climáticas

      Ministro do Ambiente e da Acção Climática, Duarte Cordeiro, fez o alerta na cerimónia de assinatura de um protocolo de intervenção para proteger o sistema dunar entre Mindelo e a Ribeira de Silvares.
      Portugal continental mantém-se em situação de seca no final de Abril

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      No último dia do mês passado, 8,5% do território de Portugal continental estava em seca fraca e 4,3% em seca severa. Não se registava seca extrema.
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    • Tecnologia
      Elon Musk suspende compra do Twitter

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      Notícia da suspensão da compra fez com que as acções caíssem quase 20%.
      Ataques informáticos com resgate aumentaram 13%

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      Ataques de ransomware estão a aumentar, com o Hospital Garcia de Orta a ser o alvo mais recente. Hackers exigiram pagamento em bitcoins.
    • Opinião
      Miguel Goulão
      Opinião

      Não há tempo a perder

      Há consenso na imprensa e junto dos comentadores de que as directas do PSD pouco interessam ao país. É um argumento que parece estar a ser assimilado pelos militantes cujos dirigentes querem um partido pacífico, até sonâmbulo, que coroe um líder sem grande alarido. A ideia de muitos é que, nestes dois anos, nada de relevante se pedirá ao líder do PSD, sendo, portanto, altura de dar a Montenegro o que quer há muito tempo e, daqui a dois anos, escolher uma pessoa que possa ser candidata a primeiro-ministro, como Moreira da Silva. É uma lógica que me escapa a de apoiar um candidato por precedência e não por convicção, mas é uma constante no que vou ouvindo dos que apoiam Montenegro. Esta estratégia parece-me disparatada por duas razões:

      1.ª - A melhor forma de testar um líder é através do debate interno. Só com uma discussão dura, mas justa, dentro de portas é que podemos saber se os candidatos estão de facto prontos para liderar projectos credíveis junto dos portugueses, e não apenas dos militantes. Ao recusar debater ideias alegando “motivos de agenda”, Luís Montenegro está apenas a servir a sua agenda, como fez nos últimos três anos, não estando a servir a agenda do PSD. Num momento em que temos de nos afirmar, estar a escolher uma estratégia egoísta, que descredibiliza as nossas eleições internas e o nosso partido perante os eleitores, é não estar a servir o partido e Portugal.

      2.ª - Num ambiente altamente concorrencial ao centro e à direita, com novos partidos a surgirem e a comunicarem melhor do que o PSD e com o PS a poder aplicar o PRR com maioria absoluta, o PSD não pode queimar dois anos. Se a minha empresa vir a sua posição de mercado ameaçada, eu não perderei um segundo em contemplações antes de lhe dar a volta necessária para voltar a ser competitiva. O PSD não pode dar-se ao luxo de não fazer o mesmo, quanto mais deitar fora dois anos.

      A questão que se coloca ao PSD é se vai passar os próximos dois anos a representar os 1,6 milhões de portugueses que realmente acreditaram que podia ser governo, construindo um projecto alternativo e credível ao PS, ou se vai andar a competir com as mesmas armas dos pequenos, na crítica sensacionalista e no ataque barato.

      Eu não quero um PSD que se defina por ser “não socialista”, quero um PSD reformista que pense pela própria cabeça, não existindo em função da oposição, mas do projecto de futuro que oferece aos portugueses.

      Portugal precisa mais do que nunca de um PSD altamente preparado e competente para governar o país. A moção que o Jorge Moreira da Silva apresenta é sinal disso mesmo e não tenho, por isso, a menor dúvida em contribuir para a sua eleição no próximo dia 28.

      Vasco Rato
      Opinião

      Um partido de futuro incerto

      Perante a indiferença do país real, os militantes do PSD escolhem amanhã o próximo líder. Num passado não muito longínquo, as corridas à liderança social-democrata dominavam a paisagem comunicacional porque ofereciam esperança a quem procurava uma alternativa política para o país. Com a Aliança Democrática (AD), vislumbrando um país “normal” que pudesse tomar o seu lugar entre as democracias europeias, Francisco Sá Carneiro oferecia um caminho reformista em ruptura total com o situacionismo surgido do processo revolucionário.

      Aníbal Cavaco Silva prosseguiu esse rumo, assegurando a modernização da economia e uma sociedade com maior igualdade de oportunidades. Com José Manuel Durão Barroso e Pedro Passos Coelho, impunha-se resolver os problemas deixados pelos governos socialistas. Mesmo atendendo a essa limitação, ambos operaram reformas fundamentais. Hoje, espelhando a descrença que alastra pela nossa sociedade, a corrida à liderança do PSD apenas suscita a apatia generalizada.

      O adversário

      O próximo líder do PSD terá de entender que a complexa encruzilhada em que o país se encontra resulta da natureza do poder socialista. Uma vez que o PS encabeça as forças mais situacionistas e mais conservadoras da sociedade portuguesa, a prioridade das prioridades reside na construção de uma alternativa credível que possa libertar o país do socialismo. Nada mais claro.

      António Guterres e José Sócrates adiaram as reformas exigidas pela moeda única e a globalização, fomentaram o endividamento, criaram dependências no mundo das empresas, colonizaram a sociedade civil e reforçaram os lóbis e as corporações enquistadas no aparelho de Estado.

      António Costa voltou a apostar no estatismo como motor do desenvolvimento, assim alimentando um Estado burocrático, devorador e asfixiante que afoga os portugueses em impostos. Entre o garrote fiscal e a incapacidade de gerar a prosperidade, o PS estagnou a economia, fez as nossas empresas perderem competitividade, agravou as desigualdades e avariou o “elevador social”, que assegurava alguma mobilidade.

      Em consequência da estagnação nacional, alastram inequívocos sinais de descrença quanto ao futuro. Muitos abandonam o país por deixarem de acreditar na mobilidade social através da educação, do mérito e do trabalho. A deterioração dos serviços públicos convenceu os portugueses que deles mais dependem de que as já de si precárias condições de vida vão apenas piorar. Ainda assim, o PS recusa devolver a liberdade de escolha aos cidadãos porque sabe que a manutenção do poder assenta na colonização das instituições que ainda escapam aos seus tentáculos. Em geral, os portugueses deixaram de acreditar numa sociedade mais decente e na possibilidade de a política inverter o declínio nacional.


      O legado de Rio

      Neste quadro verdadeiramente desolador, o PSD de Rui Rio fracassou manifestamente em toda a linha. Curiosamente, nenhum dos candidatos que amanhã vai a votos parece interessado em analisar os mandatos de Rio e o que correu mal nos anos mais recentes. Por muito dolorosa que ela possa ser, a preparação de uma alternativa de futuro não dispensa uma avaliação do passado.

      Porque esbateu as diferenças com o PS, o “centrismo” de Rio perpetuou a ilusão de que as reformas de que o país necessita poderiam ser feitas em parceria com o PS imobilista de António Costa. À revelia da história do PSD, Rio disponibilizou-se a apoiar a oligarquia de interesses socialistas e, de forma igualmente preocupante, abandonou o campo da luta cultural e ideológica em troca das migalhas de poder que Costa poderia eventualmente oferecer.

      Para Rui Rio, os problemas do PSD seriam ultrapassados se o legado de Pedro Passos Coelho - que Rio reduziu à troika e à austeridade - fosse rejeitado. Que os anos da troika foram duros, ninguém pode duvidar, mas o “rioísmo” nunca esteve verdadeiramente disposto a afirmar - preto no branco - que as medidas tomadas pelo governo PSD/CDS tinham uma causa: a gestão desastrosa de José Sócrates e o modelo de desenvolvimento socialista. Considerava apenas Rui Rio que o legado de Passos Coelho afugentaria o eleitorado.

      Compreende-se a hesitação de Rio. Se defendesse a acção do governo PSD/CDS, teria de formular um programa verdadeiramente reformista que, por definição, jamais seria do agrado dos interesses instalados. Não se pode exigir reformas sem se mexer com interesses que não encontram vantagem na mudança. Em contrapartida, criticar a austeridade era uma forma simples e encapotada de deixar tudo como estava. Logicamente, durante a campanha para as legislativas, Rio afirmava pretender fazer o mesmo que Costa, mas “melhor”. Ou seja, prometia ser um melhor gestor da teia de interesses construída pelo PS. Não sendo a narrativa de Rio substancialmente diferente da defendida pelo PS, não havia razão para o eleitorado abandonar os socialistas. Com efeito, a maioria absoluta de Costa deve-se aos múltiplos erros de Rio.

      Ao posicionar o PSD como partido colaboracionista com o statu quo socialista, Rio abriu espaço à Iniciativa Liberal (IL) e ao Chega. Nos centros urbanos, o PSD perdeu influência e quadros para a IL. Junto das camadas populares e dos descontentes, perdeu para o Chega. As eleições legislativas de Janeiro de 2022 reconfiguraram o espaço político à direita e, doravante, nada será como antes. A estratégia de Rui Rio pôs fim à hegemonia eleitoral do PSD à direita e transformou um grande partido num partido médio. Eis a verdadeira dimensão do desafio enfrentado pelo próximo líder.

      Diferenciar, já

      Porque nenhum dos dois candidatos pareceu interessado em abordar o legado deixado por Rui Rio, a campanha interna reduziu-se a um confronto entre um Luís Montenegro “combativo” e um Moreira da Silva “com ideias”, porventura úteis se contemplassem a realidade vivida pelas pessoas. Para isso, teriam de ser formuladas em resposta aos novos fenómenos surgidos na sequência da agressão de Putin à Ucrânia, um acontecimento que mudou a Europa e a economia mundial. Não basta repescar ideias tecnocratas há mais de uma década em discussão. Ter ideias nunca foi sinónimo de ter ideias boas.

      Outro assunto insistentemente focado prende-se com o estilo de liderança. Usualmente confundido com capacidade de decisão, o estilo de liderança prende-se com a forma como se aborda a decisão. O caso de Rui Rio foi interessante na medida em que se tratava de alguém cujo estilo assertivo desaguava sempre no consensualismo, um tipo de esquizofrenia política que apenas gerou dissonância cognitiva junto dos eleitores.

      Era, no fundo, o pior dos dois mundos porque evidenciava uma absoluta incongruência entre as palavras e os actos. Os dois candidatos que agora se apresentam são, desse ponto de vista, consideravelmente mais coerentes. Simplificando, o PSD terá de escolher entre um Moreira da Silva bem-comportado e consensualista e um Montenegro combativo e aparentemente disponível para seguir o caminho do reformismo.

      Porém, há questões decisivas para as quais não temos resposta: o que representa, hoje, o PSD na sociedade portuguesa? Quais devem ser as prioridades do partido? Quais são os interesses que o PSD está disposto a desafiar para garantir as reformas? Como irá voltar a atrair os quadros mais dinâmicos? Na ausência de respostas convincentes para estas interrogações, o estilo de liderança e as “ideias” pouco importam.

      Infelizmente, o tema das linhas vermelhas em relação ao Chega dominou a campanha. Quanto à estratégia do partido, a conclusão a reter é que Moreira da Silva se recusa a admitir alianças com o Chega e, obviamente, Luís Montenegro é mais prudente. Sabemos, no entanto, que a fórmula de governação dependerá das circunstâncias concretas verificadas depois das próximas eleições. Ainda assim, não deixa de ser revelador que Moreira da Silva considere que o Chega representa uma maior ameaça para o futuro do país do que o poder socialista. Ou que rejeite a possibilidade de estabelecer um diálogo com o Chega e a IL com o objectivo de construir uma proposta de convergência alternativa ao PS. Moreira da Silva emerge, deste modo, como o herdeiro do centrismo de Rui Rio, preconizando um caminho e uma estratégia que levariam o PSD à irrelevância.

      O rumo apontado por Luís Montenegro exige ao PSD uma maior separação de águas: pelo menos, não parece estar disposto a trilhar o mesmo caminho que conduziu o PSD à desgraça em que agora se encontra e à qual Moreira da Silva daria continuidade. Seja como for, caso Montenegro triunfe, o seu trabalho começa no dia seguinte. Convém que não se esqueça que o adversário principal é o socialismo e que o PSD só poderá voltar a ser um partido grande se abraçar o reformismo de outros tempos. Parece não ser muito, mas será o primeiro passo para ultrapassar a apatia que o PSD agora provoca no país.

    • Senado
      Carlos Oliveira
      Senado

      Portugal precisa de uma agenda nacional para a educação de todos os portugueses - jovens e adultos

      A educação é o factor-chave para fazer funcionar o elevador social em Portugal e melhorar a qualidade de vida dos portugueses, com melhores empregos, melhores salários e melhores condições de trabalho. É também factor fundamental para aumentar a competitividade e produtividade das empresas, permitindo que, num mundo em aceleradas mudanças sociais, tecnológicas e empresariais, as empresas portuguesas possam adaptar-se e acompanhar as alterações no mercado de trabalho e de competências para não serem ultrapassadas pelos concorrentes e para poderem prosperar nos mercados nacional e internacional.

      De acordo com o “Guia para as Empresas: Como Apostar na Formação dos Trabalhadores?”, que lançámos esta semana na Fundação José Neves, o país apresenta um cenário preocupante, já que cerca de 84% das empresas portuguesas não investiram na formação dos seus colaboradores em 2019 (dados do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social) - isto apesar de reconhecerem que a formação é um tema importante. A falta de tempo e os custos associados são apontados como os principais obstáculos para uma não aposta na formação dos seus trabalhadores. Mas há outros motivos, como a falta de oferta formativa adequada, a dificuldade em avaliar as necessidades de formação, o receio de perder o trabalhador (e também o investimento realizado) e o facto de os contratos de curto prazo não promoverem a formação.

      Isto quando estão comprovados os benefícios que a formação dos trabalhadores pode representar para uma empresa, nomeadamente ao nível da produtividade, que pode aumentar pelo menos 5%. Mas também ao nível do valor acrescentado bruto nas respectivas empresas, do aumento da competitividade e inclusive da retenção dos trabalhadores, reforçando o seu sentimento de satisfação e orgulho na empresa.

      Também para os trabalhadores as vantagens da formação contínua são evidentes, já que adquirem novas competências indispensáveis para a sua progressão profissional. No entanto, apenas 10% dos portugueses dos 25 aos 64 anos fizeram algum tipo de formação no último ano, como é revelado pelo “Guia para Adultos: Como Aprender ao Longo da Vida?”, da Fundação José Neves.

      Falta de tempo, custos financeiros e razões familiares são os principais obstáculos apontados pelos portugueses para participarem em educação e formação ao longo da vida. Portugal tem o maior fosso intergeracional da União Europeia nos níveis de qualificação da sua população activa e é mesmo apontado pela OCDE como um dos países com pior enquadramento para a educação e aprendizagem ao longo da vida e como o país onde é mais urgente apostar na formação dos seus adultos.

      E quando constatamos que 46% dos empresários não terminaram o ensino secundário e que 48% dos portugueses adultos também não o fizeram, percebemos o baixo nível de escolaridade e de qualificação profissional do país e o muito que temos ainda de percorrer para atingir a média europeia, na qual apenas 21,6% da população activa apresenta défice de qualificações.

      Portugal precisa de uma agenda para a educação. A situação actual do país obriga a um compromisso entre todos os stakeholders da sociedade (empresas, entidades formadoras, instituições de ensino e decisores políticos). A educação não pode ser compartimentada. Deve ser vista como um processo contínuo ao longo da vida que inclui a educação obrigatória, a educação e formação profissional, a educação superior e a educação dos adultos.

      Parte desse caminho terá de ser feito de base e passa por um Ministério da Educação que, além das preocupações com as infra-estruturas e com os recursos, se foque no essencial: no estudante e nas suas competências, ou seja, na qualificação dos portugueses para que estes tenham as competências que lhes permitam ter um futuro melhor e em que os recursos (escolas, professores, conteúdos) são o motor para que tal aconteça. É necessário também que o ensino superior acelere a sua transformação para se adaptar com mais agilidade às necessidades do futuro e que seja o promotor de formação de curta duração e orientada para as necessidades das empresas e do mercado de trabalho. Precisamos também de desmistificar o ensino profissional e o ensino superior politécnico, dando-lhes a real importância que merecem e o enorme contributo que têm dado e que poderão ainda aumentar para as qualificações de todas as gerações. A adiada aposta no ensino dual, com excelentes resultados em países desenvolvidos, como a Alemanha, deverá ser implementada.

      Não menos importante é a criação de condições para ajudar empresários, gestores e as empresas portuguesas a identificarem as necessidades que podem fazer a diferença para melhorarem as suas organizações e para incutirem estratégias, planeamento e uma cultura aberta à aprendizagem. Precisamos de fazer diferente e de uma nova ambição para Portugal para podermos quebrar esta estagnação económica e social em que nos encontramos há décadas.

      Miguel de Castro Neto
      Senado

      Somos as comunidades que construímos

      As cidades, hoje motores de inovação e desenvolvimento económico, onde uma crescente concentração de pessoas e de actividades as desafia para a criação de riqueza e garantia da qualidade de vida de quem nelas vive, trabalha ou visita, têm também de responder à emergência climática, uma vez que têm especial responsabilidade em sede de impacto ambiental, como sejam o consumo de energia, a produção de resíduos e a emissão de gases com efeito de estufa.

      O processo em curso de construção de cidades inteligentes e sustentáveis, em que precisamente se tira partido da dupla transição verde e digital para responder simultaneamente aos desafios e tirar partido das oportunidades referidas, não deixando ninguém para trás, é hoje uma realidade inquestionável e fortemente alinhada com as prioridades europeias.

      A Missão 100 Cidades Inteligentes e Climaticamente Neutras, que irá financiar 100 cidades europeias para desenvolverem projectos que promovam alcançar a meta da neutralidade carbónica até 2030, é disso exemplo, antecipando o objectivo da União Europeia de fazer da Europa um continente climaticamente neutro em 2050. Neste grupo incluem-se Lisboa, Porto e Guimarães que, além da ambição de serem climaticamente neutras em 2030, se querem apresentar como exemplo inspirador de boas práticas a seguir, para cumprirmos colectivamente o desígnio estabelecido à escala europeia.

      E, se esta ideia de cidade inteligente e sustentável é, muitas vezes, automaticamente associada ao uso de tecnologia, não podemos perder de vista que esta é instrumental e que o nosso foco de acção não é a tecnologia, e sim as pessoas. Garantir a sua qualidade de vida e incluí-las na construção das cidades onde vivemos é o que deve guiar-nos pois, como referia Jane Jacobs, “as cidades têm a capacidade de responder às necessidades de todos, apenas porque e apenas quando são construídas por todos”. Esta é uma ambição global e que se encontra espelhada no ODS 11 - Cidades e Comunidades Sustentáveis, que estabelece objectivos de sustentabilidade, inclusão, resiliência e segurança a serem alcançados à escala global.

      Em linha com este ODS, é hoje inquestionável que as cidades só são inteligentes se forem capazes de construir comunidades, de criar condições para que a escala humana seja o palco da acção política e que o espaço urbano sustente e alavanque a interacção e a criação de laços entre as pessoas.

      Como referia o Papa quando falava na “Casa Comum”, na realidade, somos todos parte de uma comunidade global e a nossa sustentabilidade local apenas poderá acontecer se, quando falamos em inclusão, estivermos a referir-nos a todos os que pertencem à comunidade global da casa comum que partilhamos e que queremos entregar às próximas gerações nas mesmas ou em melhores condições do que a recebemos da geração anterior.

      Há mais de 30 anos, a 14 de Fevereiro de 1990, Carl Sagan pediu à sonda Voyager 1 da NASA que tirasse uma fotografia da Terra antes que a sonda saísse do sistema solar e, com base nessa fotografia, dizia: “Olhem novamente para esse ponto. Aquilo é aqui. Aquilo é casa. Aquilo somos nós.” Foi isso que o inspirou a escrever o livro “Pálido Ponto Azul”, em que destacava a nossa responsabilidade de sermos mais amáveis uns com os outros e a urgência em preservarmos e protegermos o “pálido ponto azul”, o único lar que conhecemos até hoje.

      E nesta casa comum, o nosso lar, estávamos longe de imaginar que, depois da pandemia, íamos enfrentar uma guerra no continente europeu que atinge hoje níveis de barbárie impensáveis na sociedade contemporânea e que, tendo começado na Ucrânia, estamos longe de descobrir como e quando vai terminar. Dito isto, e em grande medida fruto da revolução tecnológica que vivemos, a cidade inteligente que construímos diariamente é hoje uma comunidade global, e não poderemos dizer amanhã que não sabíamos, como aconteceu no passado.

      Não podemos estar apenas empenhados, temos de estar comprometidos, pois o futuro da Ucrânia é o nosso futuro. A sustentabilidade, inclusão, segurança e resiliência não é apenas um desígnio estabelecido pelo ODS 11, mas um direito, e todos temos de fazer activamente o nosso papel na garantia do seu cumprimento.

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      Figura da Semana

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      Figura da Semana

      Eurico Brilhante Dias: tabelião de Costa no hemiciclo de São Bento

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1 Tauromaquia
Tauromaquia deixada de fora de inquérito sobre práticas culturais
País

Tauromaquia deixada de fora de inquérito sobre práticas culturais

Coordenador do estudo feito pelo Instituto de Ciências Sociais diz que a “extensão do questionário” forçou à eliminação de algumas perguntas, apontando ainda como critério a comparabilidade com os resultados de outros países europeus. Argumentos não convencem secretário-geral da PróToiro.
  • NOVO-
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  • 25.02.2022, 09:00
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País

Aficionados festejam queda do PAN e do “namoro” com o Governo

Defensores da tauromaquia satisfeitos com resultado eleitoral que acaba com “o mito de
que as propostas antitaurinas servem para caçar votos”. Hélder Milheiro, da PróToiro, considera que o PAN “fica reduzido à irrelevância”.
  • Luís Claro-
    Autor marcado para seguir
  • 15.02.2022, 09:00
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País

Mais corridas e mais espectadores em 2021

Tauromaquia foi dos sectores mais afectados pela pandemia, mas está a recuperar. Realizaram-se 121 touradas durante o último ano. Os dados revelados pela Prótoiro revelam que cerca de 183 mil pessoas assistiram a touradas. Defensores das corridas de toiros voltam a criticar RTP por ignorar esta actividade.
  • Luís Claro-
    Autor marcado para seguir
  • 18.12.2021, 08:30
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País

Municípios com actividade taurina contestam alteração da idade para ver touradas

Autarquias dizem estar profundamente desagradas com o que consideram ser “as sucessivas e infundadas tentativas políticas de condicionar a actividade tauromáquica em Portugal e o seu livre acesso por parte dos cidadãos e das famílias”.
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  • 20.10.2021, 10:46
Câmara do Montijo gasta 67 mil euros em bilhetes para touradas (oito mil em pré-campanha)
País

Câmara do Montijo gasta 67 mil euros em bilhetes para touradas (oito mil em pré-campanha)

Município liderado pelo socialista Nuno Canta comprou entradas para, pelo menos, nove espectáculos tauromáquicos nos últimos cinco anos. O último foi a Corrida de Touros de São Pedro 2021, realizada a 3 de Setembro. Contactada pelo NOVO, autarquia diz “não discriminar qualquer forma de cultura ou de arte”.
  • Cátia Andrea Costa-
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  • 22.09.2021, 17:34
Vital considera “lamentável” declaração de ministro sobre touradas
Política

Vital considera “lamentável” declaração de ministro sobre touradas

Constitucionalista diz que “não fica bem a um ministro socialista justificar as touradas com respeito pelas práticas culturais” e defende que “nenhuma concepção humanista de cultura pode ser complacente com o sacrifício de seres sensíveis para satisfazer o atávico sadismo da populaça”.
  • Melissa Lopes-
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  • 16.05.2022, 11:42
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