Embaixador Seixas da Costa diz que “os últimos quatro anos foram anos perdidos” e fala num “sentimento de alívio” depois da derrota de Jair Bolsonaro. PS e PSD acreditam que a relação entre os dois países vai ser mais fácil. “O discurso de Lula da Silva aponta para um Brasil mais aberto”, diz o eurodeputado José Manuel Fernandes. A vitória do candidato do PT foi festejada pela esquerda. André Ventura diz que “nem nos piores pesadelos” imaginou este resultado.

Num Brasil dividido e polarizado, Lula da Silva terá de governar com um enquadramento político adverso, enfrentando a posição muito relevante que os partidos de direita têm no Congresso e entre os governos estaduais, e obrigado a acomodar a ampla plataforma que tornou possível o regresso ao Palácio do Planalto. Combate à pobreza, reforço do investimento na saúde e no desenvolvimento social e económico são prioridades certas na governação, mas também o é uma decisiva aposta na política externa, em que a lusofonia terá um papel preponderante.

No Brasil, nunca um candidato vencedor na primeira volta deixou de confirmar a eleição à segunda tentativa. Bolsonaro tenta evitar o facto inédito de ser o primeiro Presidente em exercício a não ser reeleito. Ganhe quem ganhar, esperam-se tempos difíceis e a “missão impossível” de unir um país dividido e que precisa de recuperar o seu prestígio. Turbulência social é um receio.