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Quarta-feira, 29 Junho 2022
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    • Política
      Paulo Colaço no último congresso do PSD em Santa Maria da Feira
      Conselho de Jurisdição

      Paulo Colaço deixa tribunal do PSD porque a “democracia” está de volta ao partido

      Presidente do conselho de jurisdição nacional social-democrata sai de cena. Nos últimos anos teve guerras com a direcção ainda em funções e pediu sanções ao líder, Rui Rio.
      Montenegro acusa Costa de “fugir das soluções” e de estar “atrapalhado por ter que decidir sozinho”
      Luís Montenegro

      Montenegro acusa Costa de “fugir das soluções” e de estar “atrapalhado por ter que decidir sozinho”

      O líder eleito do PSD considera que os portugueses já “estão cansados do Governo” PS. Defende que é necessária uma “voz forte” na oposição e tem “óptimas expectativas” para o Congresso do partido no próximo fim-de-semana.
    • País
      Operação Marquês: Juíza declara-se impedida de apreciar recurso de Sócrates
      José Sócrates

      Operação Marquês: Juíza declara-se impedida de apreciar recurso de Sócrates

      A juíza Margarida Vieira de Almeida declara-se impedida por ter participado em decisões anteriores ligadas ao processo.
      “Missão certa no momento certo”: Marcelo diz que “Portugal é o que é devido aos oceanos”
      Marcelo Rebelo de Sousa

      “Missão certa no momento certo”: Marcelo diz que “Portugal é o que é devido aos oceanos”

      Esta segunda-feira arrancou a Conferência dos Oceanos da ONU, que decorre em Lisboa. No discurso inaugural, o Presidente da República destacou a importância dos oceanos em diversas áreas e a importância de preservá-los.
    • Economia
      Solução Montijo e Alcochete avança. Governo vai fechar aeroporto Humberto Delgado
      Aeroporto de Lisboa

      Solução Montijo e Alcochete avança. Governo vai fechar aeroporto Humberto Delgado

      O Governo quer acelerar a construcção do aeroporto no Montijo para estar pronto no final de 2023. Aponta a concretização do aeroporto em Alcochete para 2035, altura em que pretende fechar o Humberto Delgado.
      Rússia entra em incumprimento pela primeira vez em mais de 100 anos, avança a Bloomberg. Kremlin nega default
      Rússia

      Rússia entra em incumprimento pela primeira vez em mais de 100 anos, avança a Bloomberg. Kremlin nega default

      O período de carência para o pagamento de quase 100 milhões de dólares em juros sobre a sua dívida soberana expirou.
    • Internacional
      Trump sabia que multidão estava armada mas permitiu que se dirigisse até ao Capitólio
      Donald Trump

      Trump sabia que multidão estava armada mas permitiu que se dirigisse até ao Capitólio

      Assessora de Mark Meadows, chefe de gabinete de Trump, testemunhou que o antigo presidente não queria saber que as pessoas tivessem armas. Partilhou incidente com os serviços secretos que não deixaram que Trump se juntasse à multidão que rumou ao Capitólio.
      Cimeira da NATO começou “da melhor maneira” com desbloqueio da adesão da Suécia e Finlândia, diz Costa
      António Costa

      Cimeira da NATO começou “da melhor maneira” com desbloqueio da adesão da Suécia e Finlândia, diz Costa

      O primeiro-ministro disse que o processo de ratificação em Portugal será “bastante rápido”, após a Turquia ter levantando o veto à adesão dos dois países nórdicos.
    • Cultura
      A humilhação dos intelectuais
      Livros

      A humilhação dos intelectuais

      A escritora Ludmila Ulitskaya é a autora de “Sonechka”, publicado em Portugal pela Cavalo de Ferro. Ulitskaya é frequentemente apontada como candidata ao Nobel da Literatura.
      A normalização da covid-19: festivais de Verão e Santos Populares não são motivo para alerta
      COVID-19

      A normalização da covid-19: festivais de Verão e Santos Populares não são motivo para alerta

      O impacto destes eventos vai traduzir-se numa descida mais vagarosa do número de casos, mas os especialistas afirmam que não vai ser nada de dramático. Previsões apontam para 350 mil contágios no total do mês de Junho, cerca de 9 mil por dia.
    • Desporto
      Ricardo Horta em destaque na primeira conferência de Schmidt: “Seria uma grande melhoria para a equipa”
      Benfica

      Ricardo Horta em destaque na primeira conferência de Schmidt: “Seria uma grande melhoria para a equipa”

      O treinador alemão prometeu “trabalhar no duro” nas próximas semanas para preparar a equipa para as eliminatórias de acesso à fase de grupos da Liga dos Campeões. Deixou elogios ao reforço Enzo Fernández.
      André Villas-Boas vai a votos mesmo que Pinto da Costa se recandidate
      FC Porto

      André Villas-Boas vai a votos mesmo que Pinto da Costa se recandidate

      Vão ser as eleições mais quentes dos últimos 40 anos. O antigo técnico portista já decidiu e vai mesmo submeter-se a sufrágio, aconteça ele quando acontecer, pois não está afastada a possibilidade de Pinto da Costa deixar a presidência antes do fim do mandato, em 2024. Rui Moreira, com um problema temporal relacionado com a autarquia, ou Vítor Baía: um deles pode ser o adversário de Villas-Boas caso seja colocado um termo no reinado dos últimos 40 anos.
    • Ambiente
      Indústria do tabaco tem impacto “desastroso” no meio ambiente, diz OMS

      Indústria do tabaco tem impacto “desastroso” no meio ambiente, diz OMS

      Documento analisa a pegada ambiental do sector como um todo, desde o cultivo das plantas até ao fabrico dos produtos do tabaco, passando pelo consumo e desperdício.
    • Lifestyle
    • Tecnologia
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      Elon Musk ameaça desistir de compra do Twitter

      Em causa, afirma o multimilionário, está a recusa da empresa em aceder aos seus pedidos de informação sobre o número de contas falsas naquela plataforma.
    • Opinião
      Ricardo Lima
      Opinião

      Uma questão de respeito

      Ponderei bastante antes de escrever sobre este assunto. Não pelo receio de afirmar uma posição sobre a matéria, porque quando decidimos em consciência e livres, nunca devemos recear a apreciação, mas porque é um tema que pode magoar quem lê.

      A Assembleia da República aprovou, no passado dia 09 de junho de 2022 a chamada Lei da Morte Medicamente Assistida.

      Poucos são os temas que causam maior divisão entre as comunidades e, por isso mesmo, poucos são os temas que podem demonstrar mais o respeito que temos pelo “outro”.

      Esta é acima de tudo uma questão de Respeito e do exercício do respeito em Democracia e da vida em comunidade.

      Em primeiro a questão do Respeito pela vida em Comunidade.

      Sabemos que estamos em presença de um dilema, de uma questão moral e de consciência, em primeiro lugar da consciência privada de cada um e depois da sociedade que queremos. Nestes temas não há um certo e um errado. Há a convicção de uns que nem sequer é contra a convicção de outros, é apenas diferente. A forma como discutimos este assunto, assumindo que é em primeiro lugar uma questão da consciência individual, pode ajudar-nos a perceber os argumentos válidos de quem está do outro lado e pensa de forma diferente.

      Isso é respeito. É entender que outra pessoa tem todo o direito de pensar diferente, que não temos o direito de a julgar errada e merece toda a consideração por isso.

      Muitas das discussões públicas, nesta ou noutras matérias, atingem níveis de contundência francamente desnecessários, porque estamos sempre em busca do erro. Não nos basta rebater os argumentos, temos que ganhar as discussões. Neste tema em concreto, ninguém ganha, mas se o discutirmos como se de um vulgar assunto se tratasse, perdemos todos.

      Felizmente a sociedade portuguesa fez esse debate de forma serena. Impressionou-me a capacidade revelada por todos para compreenderem a dimensão humana e moral do que se discutia e o respeito que demonstraram pelas circunstâncias e opiniões de cada um.

      A questão do respeito Democrático pode ser menos evidente, mas é igualmente relevante.

      A pergunta que se faz por norma nestas circunstâncias é se um Deputado pode decidir por alguém o que fazer com o seu direito à vida? Se um Deputado tem o mandato para decidir nestas matérias que, como atrás referi, é do foro da consciência individual de cada um.

      O meu entendimento, que quero aqui deixar bem expresso, é que a questão de base está mal formulada porque direciona a resposta num determinado sentido. Um Deputado quando decide nestas questões, decide pela sua consciência e pela limitação, ou não, do exercício da consciência de alguém que não conhece.

      Foi justamente este o argumento que me orientou na tomada de decisão em liberdade, pessoal, assumida e intransmissível.

      A pergunta que me fiz a mim mesmo foi: Posso eu decidir pela minha consciência e assim limitar a liberdade de alguém que não conheço, especialmente quando essa pessoa está em condições totalmente desconhecidas, em sofrimento atroz e o conhecimento científico não atribui qualquer possibilidade de melhoria?

      Posso eu, pelo meu voto, pela minha consciência, obrigar alguém a este sofrimento indesejado apenas porque entendo a decisão incorreta?

      Posso eu substituir-me à vontade expressa de alguém que carece de auxílio para cumprir a sua vontade?

      Fica claro que o meu sentido de voto foi pela aprovação da despenalização da Morte Medicamente Assistida quando preenchidos critérios muito específicos e claros. Não poderia tomar outra decisão que não fosse respeitar a vontade de quem sofre e criar condições para que “parta” em paz, em condições de dignidade e no momento em que entenda.

      Respeitar a vida, é também respeitar as decisões do outro, mesmo quando com elas não concordemos ou, sobre elas tenhamos dúvidas. O meu voto de aprovação da Lei da Morte Medicamente Assistida, já depois de ter sido alvo de 2 vetos do Sr. Presidente da República que tiveram o mérito de clarificar e melhorar a Lei, teve sempre na sua base esse Respeito: O democrático: e da Vida.

      Não me cabe a mim discutir as tecnicalidades da Lei, mas cabe-me enquanto Deputado exercer o meu mandato em consciência, tentando interpretar e concretizar o pensamento dos meus eleitores e aquilo que acho ser o seu sentido de sociedade.

      Ter uma Lei destas não fará de nós necessariamente uma sociedade mais evoluída, mas permite-nos que pessoas como nós, como eu, ou como quem me lê, tenha a capacidade de escolher e de escolher em dignidade, sem estratégias mais ou menos sofisticadas para que a sua última vontade seja respeitada.

      Esta é acima de tudo uma questão de Respeito.

      Será também uma questão moral, ou até de consciência, mas quem poderá afirmar uma “Moral” ou uma “Consciência” quando não se respeita a Liberdade do outro.

      Não creio que seja um momento para celebrar. Longe disso. Mas é um momento em que devemos e temos a responsabilidade de nos sentirmos capazes de perceber que conseguimos todos, em comunidade, sem nos agredirmos, respeitar a opinião de cada um, sem nos dividirmos.

      Esse foi o grande mérito de todo este processo legislativo.

      Perceber que somos capazes de nos respeitar.

      De olhos nos olhos vos digo: Tomara que noutras Leis e noutros processos tivéssemos essa mesma capacidade. Isso sim seria motivo para celebrar.

      André Pardal
      Opinião

      Chique a Valer!

      Num País com, por um lado, um alto défice de formação, onde, ainda recentemente, foi chumbada no Parlamento uma proposta de ensino obrigatório para crianças até aos 3 anos, com uma gritante falta de vagas nas creches e no qual escasseiam profissionais técnicos qualificados em diversas áreas.

      Por outro, onde – na senda do fim do Ensino Comercial e Industrial - com grande sucesso, os Institutos Politécnicos, com as suas ofertas formativas profissionalizantes e práticas, prestaram e continuam a prestar um enorme serviço público (desde os Anos 80), proporcionando amilhares de jovens (principalmente do Interior) o acesso ao Ensino Superior (que nunca teriam de outra forma), fixando-os e desenvolvendo cidades e territórios.

      Num momento em que as Instituições de Ensino Superior em geral, e os Politécnicos em particular, se debatem com gritantes problemas como a falta de estudantes, o desordenamento da sua rede, mas, principalmente, da sua oferta formativa, repetitiva e de baixa qualidade em muitos casos.

      Onde assistimos, e bem, nos últimos anos, a processos de fusão nas Universidades (Públicas e Privadas), desde logo, as 2 maiores, situadas (curiosamente) na capital do País, e/ou de encerramento (a Instituição onde se “licenciou” José Sócrates, por exemplo).

      Ao invés de ser revisto o Regime Jurídico das Instituições de Ensino Superior que, nestes seus15 anos de vigência, fechou as Instituições, tornando-as feudos (quase particulares) de Professores e dos seus interesses pessoais, em nada preocupados com os estudantes (sem os quais não existiriam) e demais colaboradores, racionalizando rede e oferta formativa, estabelecendo rateios para fusões e consórcios, poupando e otimizando recursos públicos. Na senda (obsessiva) de tornar igual o que é diferente, os ex-parceiros de geringonça, ao contrário do que acontece na grande maioria dos Países europeus, aprovaram recentemente na generalidade da Assembleia da República a possibilidade de os Institutos Politécnicos atribuírem o Grau de Doutor, e, mais importante que tudo, poderem denominar-se Universidades! Chique a valer como diria o sempre atual Dâmaso Sal cede de “Os Maias”.

      A Educação (e o Ensino Superior em particular) constituem o principal elevador social de uma sociedade e, com todos os seus problemas, a sua democratização traduziu-se na grande mudança estrutural do País no pós-25 de abril.

      Contudo, num Mundo global e concorrencial, mais do que graus académicos per si, para satisfazer clientelas mais ou menos ocultas, o que deverá subsistir é qualidade, massa critica, dimensão, e, acima de tudo, mérito e competências adquiridas. Caso contrário, o Estado, porque é do Estado que se trata, na ânsia de nivelar por baixo e tudo tratar por igual andará a enganar pessoas, cidades e Instituições.

    • Senado
      Ana Rita Cavaco
      Senado

      Sou filha da doença mental

      Sou filha da doença mental. Cresci na fragilidade dos seus braços, encostada aos mimos dos meus avós. Tinha 26 anos quando internaram a minha mãe na Casa de Saúde da Idanha, um dos lugares onde, como diz um amigo, se escreve Amor com letra grande. Percebi, no tempo certo, que há um mundo demasiado sensível e perigoso dentro das nossas cabeças que merece ser cuidado, tratado.

      Talvez esperassem que escrevesse sobre a crise nas urgências de obstetrícia, mas a verdade é que sempre me dei mal em nadar a favor da corrente, quando o mundo se conjuga numa força mais mecânica do que racional. Talvez me quisessem ler no espaço dos lugares-comuns que têm enchido os jornais e as televisões agora, com anos de atraso, como se todos tivessem chegado ontem para ver os problemas do SNS por um pequeno e único buraco na fechadura. De um dia para o outro, felizmente, apareceu gente mais do que suficiente para lutar com energia e empenho em nome das grávidas, das mães e dos pais que tremem perante as dificuldades de acesso aos serviços de urgência.

      Permitam-me, então, que olhe o sistema de saúde pelos olhos de quem se sente profundamente sozinho, perdido, em busca permanente de um sentido que se dissolve em ansiedade, pânico, escuridão. Quero escrever sobre a tristeza profunda, que neste país é coisa de rico. Os pobres não têm direito a problemas de saúde mental - basta olhar para os tempos de espera, por exemplo, para uma consulta de psiquiatria no serviço público. Se for no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, um doente prioritário vai ter de esperar 56 dias, quase dois meses; no São João, no Porto, são 97 dias, e em Coimbra 45.

      Alguém tem noção do que é viver dois dias seguidos mergulhado no vazio? No nada? Numa profunda dor que nos leva ao abismo? No mundo da doença mental, a espera é um passaporte para o inferno, um vaguear constante entre o ir e o ficar. Durante os dias quentes da pandemia, várias foram as vozes que surgiram a alertar para o drama deste tipo de patologia. Sim. Estamos a falar de doença, e não de estados de alma. As doenças diagnosticam-se e tratam-se. É por isso que o ataque ao drama da doença mental só será eficaz com o reforço e reorganização dos meios humanos disponíveis.

      Hoje, mais do que nunca, enfermeiros especialistas em saúde mental, psicólogos e psiquiatras devem construir uma rede forte que começa nos cuidados de saúde primários, com triagem séria e encaminhamento célere. Como em qualquer doença grave, perder tempo é correr riscos desnecessários. A doença mental não escolhe idade ou condição socioeconómica, vive envergonhada no silêncio do estigma. É por isso que o poder político não lhe tem atribuído o devido valor na listagem de prioridades. É preciso lutar, de uma vez por todas, para que o tratamento da doença mental não esteja dependente da abrangência do seguro de saúde ou da capacidade para pagar um tratamento numa clínica privada, lá longe do mundo de todos os dias, onde os vulneráveis acabam a dormir na rua ou a colocar um ponto final no sofrimento porque se cansaram de viver.

      Sou filha da doença mental. A minha mãe adoeceu quando eu tinha um mês e meio. Quero para as mães e os filhos dos outros aquilo que consegui para a minha. Um lugar de Amor, com letra grande, com profissionais de excelência, acompanhamento diário e tratamento eficaz. Mas quero esse cuidado para todos, disponibilizado pelo Estado, a quem entregamos parte da nossa vida em impostos. É por isso que estou disponível para discutir os problemas estruturais do SNS, sem tabus, e sem que essa discussão esteja condicionada a prioridades que não colocam o doente no centro do debate. Aprendi, como enfermeira, que é ele o foco da minha acção, do meu conhecimento e amor profissional. Não desisto de ninguém que precisa do meu cuidado e, talvez mesmo por isso, não aceito que o Estado desista de alguns doentes, sobretudo daqueles que se sentem mais sozinhos e abandonados nas esquinas daquilo a que alguns ainda chamam loucura. Loucos somos todos, sobretudo aqueles que desistiram de escrever Amor com letra grande, em particular no sector da saúde.

      Ana Pedrosa-Augusto
      Senado

      Triste sorte a nossa

      Não consigo ultrapassar o facto de as grávidas em Portugal terem agora de andar de porta de hospital em porta de hospital para perceber se poderão ou não ser atendidas.

      Mas endoideceu tudo? Não compreendemos o grau de stresse, ansiedade e drama que esta emergência comporta? Portugal já tem uma elevadíssima taxa de mortalidade materna (a maior nas últimas quatro décadas) e ainda juntamos estes factores à equação? Assim é difícil haver sorte que resista ao gigante desafio imposto a estas mulheres e a estas famílias.

      Este é um daqueles momentos em que nos questionamos sobre o “grande esquema das coisas”: procuramos atrair os nómadas digitais, discutimos ciclovias (ou melhor, não as discutimos), falamos pela enésima e enjoativa vez da economia do mar e o primeiro-ministro não se cansa de repetir o elevado número de engenheiros que temos, mas há alunos sem professores (e muitos mais haverá) e hospitais, vários, que têm as urgências encerradas. É claro que uma coisa não impede a outra e, racionalmente, sabemos que tudo pode - e deve - acontecer ao mesmo tempo. Mas, bolas, é um daqueles momentos. Não há mesmo governo?

      Tem sido evidente nos últimos dias que a discussão em torno do tema acaba por ser sempre ideológica, na constante luta do público versus privado. Do que uns tentam que seja o bom contra o mau, o herói contra o vilão, o pobre contra o rico. Esquecem-se estes do óbvio: qual música para crianças, isto só vai lá se formos todos amigos. O público precisa do privado, que precisa do social, que precisa do público. O privado precisa do público, que precisa do social, que precisa do privado. Enquanto este preconceito não for derrubado não sairemos deste triste cenário em que nos encontramos. Triste porque, naturalmente, corre mal. Muito mal.

      Quem pode contrata seguros de saúde e recorre, sendo possível, ao privado. Mas todos sabemos que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) é fundamental. É que até quem tem seguros de saúde precisa do SNS (espanto!). Por isso, gritar contra esses “ricos” que recorrem ao privado “depauperando o sector público” quando, na verdade, até o estão a aliviar é apenas contribuir para perpetuar este estado da arte sem em nada colaborar para uma solução ou, pelo menos, para um caminho de construção da mesma. E mais: como se sabe, também esses que tanto gritam usam - bem, e no seu pleno direito - o sector privado. Podemos acabar de vez com a hipocrisia?

      Todos nós somos utentes do SNS. Todos precisamos do SNS. Ninguém quer acabar com o SNS.

      Passámos o ponto de atirar dinheiro para cima do problema. É muito pior. São anos e anos de incapacidade na difícil gestão pública deste pilar da nossa sociedade. Haverá incompetência, sim, sem dúvida, mas o mais grave é mesmo a incapacidade: de assumir que há problemas, de aceitar que há mais quem possa contribuir para o bem comum, de largar a cassete da luta e do preconceito. É hora de acabar com as reuniões de emergência quando estas deveriam ter tido lugar há muito tempo atrás, quando sempre se soube que isto ia acontecer. Haja responsabilidade. Haja planeamento. Haja gestão. O SNS não pode apenas colocar pensos rápidos (assumindo que há dinheiro para os comprar), o SNS tem de cuidar, tratar e salvar pessoas.

      Isto é difícil quando a única coisa que se consegue oferecer aos profissionais de saúde que ingressam e permanecem no SNS é “uma missão”. Quem fica é um herói; quem sai sofre o estigma da renúncia ao Olimpo. Quem resiste tem um prémio de exaustão, falta de vida, péssimas condições de trabalho; quem se afasta pode ganhar mais tempo, mais dinheiro, mais qualidade. Incrivelmente, esta escolha não é óbvia para os profissionais de saúde. Só por isso ainda há quem permaneça.

      A todos estes devemos. A todos estamos gratos e reconhecidos. Mas o Estado que os contrata com os impostos que pagamos deve-lhes muito mais. Já nós, pacientes, merecemos viver com a confiança de que teremos ajuda, se necessária. De forma completa, apta, capaz; não exaurida, com escusa de responsabilidade assinada ou, simplesmente, ausente. Merecemos saber que, pelo menos, a porta não estará fechada. E até deveríamos ambicionar mais, pasme-se, que é não ter de esperar anos e anos por uma consulta ou uma cirurgia.

      Os portugueses têm saúde universal apregoada a plenos pulmões, mas ela não existe verdadeiramente. O PS, o Bloco de Esquerda e o PCP são responsáveis por isto. Juntos, destruíram os vilões que eles próprios criaram e com que permanentemente fantasiam para conseguirem o que sempre terá sido o seu objectivo: pobres mais pobres e dependentes mais dependentes. É este o poder absoluto que nos (des)governa.

      Merecemos mais. As mães merecem mais. Os pais, os avós, os filhos merecem mais. Não me conformo: chegámos ao ponto em que esperar uma porta aberta é, realmente, pedir demasiado. Triste sorte a nossa.

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      Maria Lúcia Amaral: atenta a direitos, liberdades e garantias
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    Uma questão de respeito

    Ricardo Lima
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    Chique a Valer!

    André Pardal
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    A democracia à portuguesa

    Luís Cabral de Moncada
    Pedro Borges de Lemos

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    Pedro Borges de Lemos




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1 IPMA
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País

Risco máximo de incêndio em 29 concelhos de cinco distritos

Segundo o IPMA, o risco de incêndio vai manter-se elevado em algumas regiões pelo menos até terça-feira.
  • NOVO-
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  • 27.05.2022, 09:33
DGS recomenda atenção aos mais vulneráveis devido ao calor
País

DGS recomenda atenção aos mais vulneráveis devido ao calor

IPMA prevê um aumento da temperatura entre esta quinta-feira e domingo, podendo os termómetros variar entre 35ºC e 38°C nas regiões dos vales do Guadiana, do Tejo e do Douro.
  • NOVO-
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  • 19.05.2022, 12:32
Portugal continental mantém-se em situação de seca no final de Abril
Ambiente

Portugal continental mantém-se em situação de seca no final de Abril

No último dia do mês passado, 8,5% do território de Portugal continental estava em seca fraca e 4,3% em seca severa. Não se registava seca extrema.
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  • 09.05.2022, 09:56
Chuva forte regressa quinta-feira ao continente
País

Chuva forte regressa quinta-feira ao continente

Na sexta-feira está prevista chuva generalizada por todo o território que pode ser por vezes forte e acompanhada de trovoada.
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  • 20.04.2022, 10:54
Dez distritos do continente sob aviso amarelo até quarta-feira devido ao vento
País

Dez distritos do continente sob aviso amarelo até quarta-feira devido ao vento

Viana do Castelo, Braga, Porto, Aveiro, Coimbra, Leiria, Lisboa, Setúbal, Beja e Faro estão sob aviso amarelo até às 00h00 de quarta-feira devido à previsão de vento forte do quadrante norte, temporariamente com rajadas da ordem de 70 km/h no litoral.
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  • 19.04.2022, 09:53
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País

Páscoa com sol: temperaturas podem chegar aos 28ºC no vale do Tejo e Alentejo

Instituto prevê a ocorrência de aguaceiros em todo o território do continente até ao final da tarde desta terça-feira. Na quarta-feira os aguaceiros serão fracos no Litoral e Centro até meio da tarde, esperando-se uma subida gradual da temperatura máxima até sexta-feira.
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  • 12.04.2022, 12:20
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