A nova estratégia de Pequim de combate à pandemia está a resultar no aumento de casos, levando muitos países a adoptar medidas de controlo de quem chega da China. Portugal também prepara um sistema.
O poder chinês enfrenta a maior onda de protestos em mais de 30 anos, por causa das regras de combate à pandemia de covid-19, que implicam quarentenas severas, mas que têm tornado visível a insatisfação com outros aspectos da vida na China, como a liberdade de expressão ou o desenvolvimento económico, e pondo mesmo em causa o regime. Para já, as regras poderão ser aligeiradas para reduzir a tensão, mesmo que nunca se reconheça que esta existe.
“Liberdade de expressão é fundamental em qualquer parte do mundo, quando não há liberdade de expressão é normal que haja momentos em que essa frustração da população se faça sentir”, considerou o governante português, em declarações à margem da reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO, que decorre em Bucareste, capital da Roménia.
“Os republicanos têm criticado Biden por ser demasiado moderado com o regime do Presidente Xi Jinping”, disse a analista sénior do International Crisis Group para questões asiáticas Amanda Hsiao, lembrando que, já na campanha presidencial de 2020, o ex-Presidente e recandidato Donald Trump fez menção à necessidade de uma posição mais assertiva e forte de Washington perante Pequim.
Ocidente enfrenta dilema quanto à forma como lidar com Pequim, numa altura em que algumas fragilidades sistémicas na segunda maior economia mundial se tornam mais evidentes. Ainda assim, investimento chinês deve continuar a crescer e a afirmar-se na Europa, obrigando países como Portugal a cuidados redobrados na sua monitorização. Recente apoio explícito chinês a Moscovo complica ainda mais as relações com o eixo atlântico.