As touradas entraram na campanha eleitoral para as eleições legislativas antecipadas do dia 30 de Janeiro. PAN, Bloco de Esquerda, Livre, CDS e Chega não ignoram a tauromaquia nos seus programas eleitorais e assumem uma posição sobre um dos espetáculos mais polémicos em Portugal.
O partido de Inês Sousa Real destaca-se na defesa pela abolição das touradas. O programa eleitoral não podia ser mais claro e uma das propostas visa “abolir os espetáculos tauromáquicos”.
Abolir e eliminar são as expressões mais utilizadas neste capítulo do programa eleitoral. O PAN quer “abolir as escolas de toureio para crianças e jovens”, “eliminar todos os apoios públicos à atividade tauromáquica” e “extinguir a secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura”.
O Livre também quer proibir as touradas. “Abolir as atividades tauromáquicas em Portugal, abolindo-se também a secção de tauromaquia no Conselho Nacional de Cultura” é uma das propostas do partido de Rui Tavares. No capítulo dedicado à cultura, o tema volta a ser abordado para defender que “os subsídios a espetáculos que promovam maus-tratos a animais, como a tauromaquia, devem ser imediatamente eliminados”.
Os bloquistas apresentam várias medidas contra a tauromaquia, algumas já apresentadas na Assembleia da República e chumbadas em anteriores legislaturas. O programa do partido liderado por Catarina Martins preconiza “a interdição do trabalho de menores em todas as atividades tauromáquicas, mesmo que amadoras”, a “reconversão de praças de touros fixas com pouca ou nenhuma utilização em espaços culturais” e a “eliminação dos apoios públicos, diretos e indiretos, a eventos tauromáquicos e a outros espetáculos que submetam os animais a sofrimento físico ou psíquico”.
A favor das touradas estão os centristas de Francisco Rodrigues dos Santos e o Chega.
O programa apresentado pelo CDS apresenta várias medidas em defesa do mundo rural. Uma delas passa pela descida da taxa do IVA para 6% nos espetáculos tauromáquicos. A subida de 6% para 23% da taxa de IVA dos bilhetes para as touradas foi aprovada na última legislatura.
“Reverter limite idade” para assistir a uma tourada é outro dos compromissos assumidos no programa eleitoral.
Por último, as 100 medidas apresentadas no programa do Chega não ignoram o debate sobre as touradas. O partido de André Ventura assume que “identifica na caça e na tauromaquia atividades tradicionais relevantes, pelo que a sua regulamentação deve incentivar uma gestão sustentável e não imposições meramente proibicionista”.
Os maiores partidos, PS e PSD, optaram por não incluir propostas sobre tauromaquia nos programas eleitorais.