PS e PSD empatados nas intenções de voto

Sondagem do ICS/ISCTE para SIC/Expresso penaliza os últimos meses do Governo de António Costa, que perde a maioria das intenções de voto.

Na pergunta sobre em que partido votariam se as eleições fossem hoje, a sondagem feita pelo ICS/ISCTE para a SIC e o Expresso dá um empate entre PS e PSD, com 30% das intenções de voto. Com estes resultados, o PS perdeu 7 p.p. em apenas três meses, registando um valor igual ao do PSD, que cresce apenas um p.p. face à última sondagem de Dezembro.

Sublinhando que a sondagem foi realizada fora do contexto de eleições – não expressando intenções de voto “plenamente cristalizadas” e, portanto, não é uma previsão eleitoral –, os responsáveis fizeram uma imputação de votos dos cerca de 18% dos “indecisos”.

Esta sondagem atribui uma maioria ao bloco dos partidos de direita, que alcança os 49%, a que se juntam 2% do CDS-PP. No entanto, retirando o Chega da equação, é a esquerda que fica em maioria, com 43% das intenções de voto, a que se soma 1% do Livre.

O Chega é o partido que mais sobe (13%), com mais quatro p.p., e a Iniciativa Liberal também cresce dois p.p. (4%), mas fica abaixo de Bloco e PCP. A CDU mantém-se estável nos 5%, resultado igual ao partido de Catarina Martins, que, ainda assim, perde dois p.p..

Estes resultados surgem numa altura em que o governo de António Costa celebra um ano de maioria absoluta. Recorde-se que, nas eleições de 30 de Janeiro de 222, os socialistas obtiveram 41,4% dos votos, com o PSD a ficar-se pelos 27,7%.

Quase dois terços chumbam Governo
Marcelo Rebelo de Sousa já tinha puxado as orelhas ao Governo – que disse ser “uma maioria requentada, cansada, que demorou a formar-se” – e os portugueses parecem concordar.

Na avaliação feita à acção do Governo, 64% dos portugueses avaliam o trabalho do executivo como “mau” ou “muito mau”, quando, em Dezembro do ano passado, eram apenas 53%. Este número é também o mais alto alguma vez registado pelas sondagens do ICS/ISCTE, iniciadas em Fevereiro de 2019.

Esta avaliação negativa atravessa a população – em diferentes géneros, idades e níveis de ensino –, mas é mais preponderante em determinados segmentos.

As pessoas que dizem ser “difícil” ou “muito difícil” viver com o rendimento têm mais tendência a avaliar negativamente o trabalho do Governo — 71% contra os 57% de avaliações negativas dos que sentem mais confortáveis financeiramente.

Como seria de esperar, a grande diferença é partidária e ideológica. Ainda assim, os eleitores socialistas não estão totalmente satisfeitos. Entre os simpatizantes do PS, 39% consideram o trabalho do Governo “mau” ou “muito mau”, um número inferior à média do total de inquiridos, muito inferior aos que não têm preferência partidária (72%) ou aos simpatizantes do PSD (70%).

Entre eleitores de esquerda e direita, os números são idênticos: 66% dos eleitores do centro e 73% de direita estão insatisfeitos, mas à esquerda há uma maioria (51%) que avalia o desempenho do governo de António Costa como “mau ou muito mau”.

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