Silêncio absoluto. “Tal coisa nunca me tinha acontecido. Não conseguir falar com o secretário-geral do partido é uma novidade. É mesmo surreal. Até hoje estou à espera que me devolva a chamada, se bem que agora já não seja tão importante porque o processo está finalizado”, diz ao NOVO o candidato do CDS à Câmara Municipal de Oeiras.
Desde que, no início de Julho, Nuno Gusmão decidiu fechar a porta das negociações com o PSD para concorrerem coligados naquela autarquia, o líder da concelhia centrista aguardou que a direcção nacional do partido avançasse com uma solução para a candidatura autónoma. Todavia, não foi só com o secretário-geral, Francisco Tavares, que Gusmão não conseguiu falar.
“Tentei inclusive contactar o presidente do partido para falar do processo autárquico, mas não obtive resposta. Nunca houve uma palavra. O único contacto que houve com membros da direcção do partido foi com o coordenador autárquico.”
A candidatura acabou por ser formalizada esta tarde, no último dia do prazo, junto do tribunal de Oeiras, mas Nuno Gusmão não poupa críticas à direcção do CDS: “É uma coisa de garotos. Não sei se achavam que isto era uma coisa tipo jota (juventude partidária) mas não é”, atira.
Esta não é a primeira polémica em que o presidente do CDS-PP se vê envolvido nesta corrida autárquica. Ainda na semana passada, foi confirmada a exclusão de João Gonçalves Pereira das listas por Lisboa, o que levou Nuno Melo, Adolfo Mesquita Nunes e Pedro Mota Soares a acusarem Francisco Rodrigues dos Santos de saneamento.
Agora, é o líder da concelhia de Oeiras quem recorda que “o presidente do partido tinha dito que todas as pessoas que faziam parte da Comissão Política Nacional iriam ser candidatos nestas autárquicas e eu só me lembro de um, que é o de Viseu. Foi tudo uma falácia.”
Apesar do silêncio dos órgãos nacionais, Gusmão diz-se confiante na candidatura que acaba de apresentar, e garante que conta com apoios de peso dentro do CDS: “Temos todo o apoio de várias estruturas da distrital de Lisboa e de figuras nacionais como o Nuno Melo ou o Adolfo Mesquita Nunes. Contamos com os de sempre.”
O NOVO tentou contactar Francisco Tavares, Secretário-geral do CDS-PP, mas não obteve qualquer resposta.