O presidente da República anunciou hoje que vai convocar o Conselho de Estado para Julho para ouvir os seus conselheiros sobre a situação económica, social e política do país.
Falando à margem da abertura da Feira do livro, Marcelo Rebelo de Sousa revelou que decidiu convocar um segundo Conselho de Estado já no final da sessão legislativa para análise do país, mas “não para especificamente o exercício de um poder”.
“A ideia não é dar passos, é ouvir e fazer apreciação das várias perspectivas”, disse o chefe de Estado, afastando, assim, a ideia de que a reunião dos conselheiros tenha a ver com uma tomada de decisão sobre a dissolução do Parlamento. “Não planeio nenhuma acção em concreto no pós-conselho de Estado”, frisou Marcelo, não colocando de parte, no entanto, falar ao país.
O chefe de Estado considera que “faz sentido” ouvir os conselheiros já quando os trabalhos do Parlamento estejam no fim, o que inclui o termo da Comissão Parlamentar de Inquérito à gestão da TAP, que tem envolvido o Governo em sucessivas polémicas.
“A vantagem de um Conselho de Estado é que, na praça pública, comenta-se, mas ali todos se ouvem a todos e há uma interacção mais rica”, explicou, concretizando que vão ser analisadas a situação e evolução económica, social e política. Marcelo adiantou que escolheu o final de Julho para esta reunião sobre a situação interna porque já existe nesta altura “um distanciamento apreciável” face aos trabalhos parlamentares.
Marcelo já tinha convocado um primeiro Conselho de Estado já para Junho, mas dedicado a questões europeias, tanto que contará com a presença de Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu.
No dia 21 de Junho, reúne-se com os partidos com assento parlamentar na Assembleia Regional da Madeira para decidir a data das eleições, que prevê que seja no final de Setembro. Também em Julho reunirá com os partidos com assento na Assembleia da República, para fazer um “balanço” da sessão legislativa e ouvir os partidos sobre a situação do país.