O grupo parlamentar do PCP quer ouvir no Parlamento, com urgência, o director-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, e o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, sobre o encerramento dos blocos partos do Hospital de Santa Maria, em Lisboa, e das Caldas da Rainha, durante o Verão.
Tanto o fecho do bloco de partos do Santa Maria, noticiado em primeira mão pelo NOVO na sua última edição, como o da maternidade do hospital das Caldas da Rainha se devem às obras de requalificação previstas. Para prevenir o impacto dessas obras mas também os constrangimentos do Verão, Manuel Pizarro adiantou que o SNS vai realizar convenções com entidades privadas e sociais para realização de partos.
Para o PCP, a decisão de manutenção dos encerramentos rotativos das urgências e a opção de recorrer aos grupos privados para suprir as necessidades evidencia a “opção de continuar a transferir recursos públicos para o sector privado, não atuando onde é necessário, designadamente na captação e fixação dos profissionais de saúde no SNS”.
Os comunistas lembram que têm vindo a alertar para “a difícil situação” no que toca ao “adequado acompanhamento da gravidez, ao acesso a serviços de obstetrícia, particularmente os serviços de urgências, à qualidade e disponibilidade dos blocos de partos” e sublinham que estas preocupações resultam da “evidência de que a saúde materna está hoje confrontada com graves problemas, que têm vindo a agudizar-se”. O PCP defende serem “necessárias respostas urgentes”, mas também “medidas estruturais que ponham fim à progressiva diminuição da assistência prestada no SNS”.
“É preciso adoptar medidas que visem a valorização salarial dos profissionais de saúde, das suas carreiras e a melhoria das suas condições de trabalho”, pode ler-se no requerimento enviado ao NOVO.
Esta quinta-feira, a direção executiva do SNS deu a conhecer o plano ‘Nascer em Segurança’ programado de Junho até Setembro, que inclui 41 maternidades do país e a ajuda de três unidades privadas na Região de Lisboa e Vale do Tejo. Das 41 maternidades, 27 mantêm-se em pleno funcionamento, nove funcionarão com dias de encerramento agendados e em rotatividade com outras unidades e outras duas fecharão para obras.