Nas próximas eleições autárquicas o Iniciativa Liberal concorre em 55 concelhos. Esta segunda-feira, João Cotrim de Figueiredo foi convidado do podcast República de Headphones, para a rúbrica “um copo com...”, onde falou com os autores Pedro Ferreira de Castro, Pedro Laborinho e Jorge faria de Sousa sobre a corrida eleitoral.
O líder do IL começou por garantir que não está disposto a trocar convicções por cargos de poder: “Já tivemos muitas oportunidades para o fazer. O que é extraordinário é que recusámos 92 convites para coligações. Somos muito namorados e solicitados. É bom sentir que que as pessoas acham que temos influência suficiente para lhes atrair votos para que possam fazer a diferença. Mas se for só para fazer número, pôr lá o logótipo e garantir cargos, não....”.
Questionado ainda acerca do facto de não ter apoiado a candidatura de Carlos Moedas à Câmara Municipal de Lisboa, Cotrim de Figueiredo explicou que a decisão teve a ver com o facto de considerar “um mau serviço à democracia” a simples mudança de caras. “Se mudarmos o Presidente da câmara mas não mudarmos a lógica de funcionamento, autocentrada e com base no compadrio, vamos demorar décadas até voltar a ter a hipótese de mudar efectivamente a CML”, afirmou, mostrando-se descrente de que o candidato social-democrata possa representar uma verdadeira mudança para a capital.
“Conheço o Moedas há muitos anos e tenho por ele enorme respeito e apreço, mas percebi depressa que ele ia ser engolido pelos aparelhos partidários da frente eleitoral que o vai apoiar, e que nesse sentido ele sozinho seria incapaz de fazer as tais mudanças que considero essenciais”, clarificou o liberal.
Para João Cotrim de Figueiredo, o apoio a Carlos Moedas dependia da percepção de que havia “vontade de fazer mudanças profundas, algumas até radicais, e que ele (Carlos Moedas) ia ter força para levar o aparelho partidário atrás”.