Eutanásia só será possível se doente for incapaz de cometer suicídio assistido E “não estarão previstas excepções como a possibilidade de o doente alegar não ter coragem ou disponibilidade para praticar esse acto a si próprio mas querer que outra pessoa o faça”. Diploma sobre a morte medicamente assista volta a ser debatido no Parlamento no final do mês.
PSD Montenegro contra “indisciplina” na Marinha, mas afasta “prévia condenação” Assegurando que “nunca” vai “legitimar actos de indisciplina”, o líder do PSD defende que a Marinha deve fazer “uma avaliação bem profunda” dos motivos que levaram os 13 militares a recusar embarcar no navio Mondego. Não podemos “partir já para uma prévia condenação”, alertou.
Tripulantes de cabine da EasyJet em greve no início de Abril Em causa está “o atual momento das negociações, o impasse vivido e a postura intransigente e incompreensível por parte da EasyJet” para melhoria de rendimentos.
Atenção: recebeu email do Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte para pagar taxas moderadoras? Pode ser falso O Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte (CHULN) alertou, esta sexta-feira, que “estão a ser enviados emails em seu nome”, com uma referência multibanco, alegando que o utente tem taxas moderadoras por pagar. O CHULN sugere que, em caso de dúvida, o utente deverá contactar o centro hospitalar.
Crise financeira “Três quartos das famílias portuguesas estão com dificuldades financeiras”, alerta a DECO Em 2022, a maioria dos quase cinco mil portugueses que responderam ao inquérito da Deco Proteste garantiram que vive com dificuldades financeiras (66%). Já as famílias em situação crítica subiram para os 8% – mais 2% face a 2021. Numa situação dita como confortável, estão apenas 26% dos agregados familiares. Para este ano, a Associação da Defesa do Consumidor revela que “as perspectivas não são mais animadoras, porque a tendência é para que o índice continue a descer.”
Bruxelas defende preços fixos na luz, vizinhos a partilhar energia solar e regulação em crises As medidas constam da proposta da reforma da concepção do mercado de electricidade da União Europeia (UE) para impulsionar as energias renováveis, proteger melhor os consumidores e aumentar a competitividade industrial.
Vladimir Putin Tribunal Penal Internacional emite mandado de prisão contra Putin Estão em causa alegados crimes de guerra, de deportação ilegal de população e de transferência ilegal de população de áreas ocupadas da Ucrânia para a Federação Russa. O executivo de Zelenski já reagiu.
Vice-presidente da Comunidade de Madrid recebe abono para “vulneráveis” apesar de ter património milionário Oposição pede demissão do “homem que não via pobreza e pediu o bónus social”. Isabel Díaz Ayuso defendeu o seu número dois por “ter os mesmos direitos” que os demais abrangidos pelo apoio.
Cultura “Nuestros Nombres”: está de regresso o espectáculo de dança que homenageia Saramago Os bailarinos clássicos Filipa de Castro e Carlos Pinillos vão presentear o público com novo espectáculo no Centro Cultural Olga Cadaval no dia 25 de Março. Romance “Todos os Nomes” serve de inspiração.
Óscares Um triunfo deste e de outros universos. “Everything Everywhere All at Once” ganha sete Óscares, incluindo Melhor Filme O filme realizado por Daniel Kwan e Daniel Scheinert foi o grande vencedor da 95ª edição dos Óscares. “All Quiet in the Western Front” também esteve em destaque. O nomeado português “Ice Merchants” não venceu a estatueta de Melhor Curta-Metragem de Animação.
Selecção Nacional Primeira convocatória de Martínez com poucas mexidas e Ronaldo A dúvida em torno da chamada de Cristiano Ronaldo dissipou-se. Diogo Leite e Gonçalo Inácio são as surpresas da convocatória do novo seleccionador.
Futebol Sporting mede forças com Juventus nos ‘quartos’ da Liga Europa Vai haver uma autêntica cimeira luso/italiana nas provas europeias. Depois do confronto entre Inter e Benfica agora é a vez do Sporting ter de medir forças com a Juventus. Se passar às meias-finais, leões enfrentam vencedor do duelo entre Manchester United e Sevilha.
PEV lança Roteiro Ecologista em Lisboa e Oeiras Visita às áreas afectadas pelas inundações de Dezembro marcou a primeira acção do programa dos “Verdes”, que percorrerá o país ao longo deste ano.
Moita Flores lança obra sobre enfarte a que sobreviveu na Feira do Livro “Um Enfarte no Alto do Parque”, que chega às livrarias a 14 de Março, reconstitui a reanimação do escritor, que tinha então 69 anos. Médico cardiologista que o salvou escreve o prefácio.
Miio Miio ultrapassa 4.500 postos para carregamento de veículos eléctricos em Espanha A empresa portuguesa expandiu a sua presença no mercado espanhol. Entre Portugal, Espanha e França, a miio já contabiliza quase 100 mil postos de carregamento.
Opinião Algarve a Oito Mãos - Agricultura e o espírito espartano A mitologia espartana faz-nos entrar numa introspecção de como os agricultores portugueses são verdadeiros guerreiros mitológicos de um campo de batalha a recordar o cenário de Termópilas. Sem dúvida que necessitamos de apostar num sector estratégico, onde os seus actores são verdadeiros Leónidas, num país em total desgoverno. A mudança de paradigma de transformação do modelo económico capitalista para um modelo económico sustentável, a nível europeu e mundial, só é possível quando a esfera política legisla em torno da mudança social. O papel da agricultura sustentável beneficiou do enquadramento estratégico que a Europa implementou como sendo o objectivo de diferenciação face a outros blocos económicos. O desenvolvimento estratégico da agricultura sustentável não se esgota na esfera económica e política, visto que os dois maiores pilares para a sua implementação são as preocupações ambientais por via do consumo excessivo, e a esfera social na mudança da opinião pública para reconverter e proteger o meio ambiente, preservando as gerações futuras e nosso estilo de vida, tendo em consideração o aumento da população. A previsão de aumento da população mundial está a gerar imensos desafios ambientais e de segurança/produção alimentar. A OCDE previu, em 2012, que a população aumente dois mil milhões de habitantes até 2050, e a economia mundial quadruplique o PIB. Este aumento terá um enorme impacto no consumo de água e de energia, tendo efeitos negativos na produção agrícola e contribuindo para o aumento da pegada carbónica. Nesta dicotomia, o desenvolvimento de métodos e tecnologia de cariz sustentável na agricultura é crucial para continuarmos a possuir um estilo de vida equilibrado. Estas projecções podem ser assustadoras no consumo de produtos agrícolas, caso não sejam tomadas medidas políticas eficazes e eficientes, com foco em produções sustentáveis do ponto de vista dos indicadores de base social, económica e ambiental. A perda de biodiversidade tornou-se uma das maiores problemáticas do mundo contemporâneo, constituindo em simultâneo um enorme desafio para a actual e futura gerações, visto que a gestão sustentável dos recursos (solos, água, energia) é fundamental para a sobrevivência das espécies e dos humanos. O sector agrícola, com a crise de saúde pública provocada pela covid-19 e, mais recentemente, pela invasão da Ucrânia, veio alertar a comunidade europeia e portuguesa da necessidade de investir em quadrantes de independência estratégica (agricultura e energia). Segundo dados da Pordata (2022), o peso económico do sector em 2021 correspondia a 3,5 mil milhões de euros, valores francamente baixos, tendo em consideração o potencial agrícola nacional. Nesta dimensão económica e social do sector agrícola em Portugal e o aumento da procura por alimentos, o investimento em agricultura sustentável será o factor de valor acrescentado para a valorização dos produtos agrícolas de maior valor nutricional, como de preservação dos solos e redução dos consumos de água utilizando sistema tecnológicos mais eficientes e dinâmicos. O sector agrícola em Portugal é um dos mais fragmentados a nível económico, tornando mais exigente a implementação/execução do Plano Estratégico da Política Agrícola Comum (PAC), aprovado pela Comissão Europeia, sendo um dos principais objectivos da PAC 2023-2027 criar ferramentas que possibilitem aumentar o rendimento das explorações agrícolas, tendo como foco estratégico a conversão para produções de cariz sustentável. O pacote de apoio a esta metamorfose agrícola está dotado (GPP/2022) de um investimento redistributivo de 6,7 mil milhões de euros, mas teremos de ter em consideração o tecido empresarial agrícola ou os agentes rurais agrícolas. A nível macro, o sector agrícola em Portugal é quase esquizofrénico, na medida em que 97% do tecido empresarial são micro e pequenas empresas (BP/2021), demonstrando que os restantes 3% são empresas médias e grandes, que respondem a 67% do volume de negócio da economia agrícola nacional, demonstrando o potencial da agricultura sustentável em espaço rural de pequena dimensão para permitir a coesão económica e territorial. Este factor, aliado a um conjunto de incentivos nacionais e supranacionais, tendo como foco o desenvolvimento agrícola sustentável de valor acrescentado, irá modernizar os pequenos e médios produtores agrícolas, criando produtos de valor acrescentado para ir de encontro a novos hábitos alimentares e possibilitando, a jusante, a criação de economia circular em espaços rurais e desenvolvendo as microeconomias das regiões portuguesas. Existindo inúmeras opções para o desenvolvimento da agricultura sustentável, um caminho é certo: a agricultura, para ser mais eficiente, necessita de tecnologia e digitalização, e um dos maiores desafios para os produtores agrícolas sustentáveis será criar produtos alimentares nutritivos com um custo/benéfico que sejam percepcionados pelos consumidores como sustentáveis ao orçamento familiar e sem perder a sua qualidade alimentar. A humanidade é caracterizada pelos alimentos que consome. Assim, urge a mudança de paradigma para um conceito de sustentabilidade produtiva em espaço agrícola, sem entrar em esquizofrenias verdes.
Opinião As raízes macroeconómicas do sobreaquecimento no mercado habitacional português Com a adoção da política monetária comum em 1999 e consequente adoção física do Euro em 2002, Portugal transferiu parte da sua soberania política para o Banco Central Europeu (“BCE”), o qual, desde então, define em coordenação com os Bancos Centrais da Zona Euro as mais importantes linhas de ação no que concerne o sistema financeiro e de pagamentos dos países membros da União Económica e Monetária Europeia. Assim, o Banco Central Europeu tornou-se responsável pela definição das muito faladas “taxas diretoras”, sendo a mais importante a chamada Main Refinancing Operations Rate, a qual define a taxa de empréstimo aos bancos nas operações principais de refinanciamento do BCE. Ora, entre 2012 e 2022 o BCE adotou uma política monetária superexpansionista com taxas de juro próximas de zero, iguais a zero ou mesmo negativas com vista a conter espirais de subida das yields implícitas nas emissões de dívida soberana de países como Portugal, Espanha Itália e Grécia e para relançar a economia no pós-crise de 2008, política esta ainda mais intensificada na pandemia. Porém, este quadro monetário teve efeitos indesejados no mercado habitacional, deixando as sementes para o atual sobreaquecimento neste mercado. Se, por um lado, este quadro de taxas de juro diretoras historicamente baixas potenciou o acesso ao crédito, alavancando a procura de habitação própria e permanente, temos que o referido enquadramento também minou a rentabilidade da maior parte dos produtos financeiros tradicionais no mercado, levando a que vários investidores institucionais reorientassem os seus portfólios para o imobiliário para gerar retorno junto dos seus participantes. Assim, num mercado com uma oferta muito inelástica como é o habitacional, houve um aumento tremendo da procura subjacente, levando que os referidos preços disparassem por toda a Europa As boas notícias é que as atuais subidas das taxas de juro do BCE já se encontram a diminuir o preço médio habitacional em Portugal e prevê-se a estabilização deste mercado entre 2024 e 2025. As más notícias é saber a que custo é que será efetuada esta estabilização, quando milhões de portugueses veem a sua prestação da casa duplicar ou mesmo triplicar.