Verdadeira “Rainha do Sul” como a mexicana da série da Netflix, a espanhola de 79 anos dominava um cartel de tráfico de droga na Península Ibérica que usava os portos marítimos portugueses para passar cocaína. A “rainha” espanhola do tráfico foi detida na cidade transmontana de Vila Real pela Polícia Judiciária, com dois outros cúmplices, onde tinha uma empresa de fachada e uma casa.Tratou-se de operação conjunta entre a PJ, a Guardia Civil e a Polícia Nacional de Espanha.
O lucro que a rede criminosa obtinha dos grupos a quem vendiam a droga era usado para financiar as despesas legais com a empresa de fachada criada pelo cartel e cuja sede social e fiscal era em Vila Real , comunicou esta terça-feira a Guardia Civil.
Tratava-se de uma empresa dedicada à importação do produto legal que dissimularia a cocaína, neste caso, pedra de coral da República Dominicana. A cocaína vinha escondida em estruturas falsas, no tecto dos contentores marítimos.
A colaboração entre a PJ portuguesa e os dois corpos policiais espanhóis permitiu fazer uma inspecção à sede da empresa, em Vila Real, quando um dos contentores importados ali estava depositado com a declaração de transporte legal de pedra coral da República Dominicana.
Com um mandado de busca e apreensão, os inspectores da PJ acompanhados por elementos da Guardia Civil e da Polícia Nacional, entraram há duas semanas na casa ocupada pela líder do cartel e pelos seus dois cúmplice. No interior da casa descobriram uma bolsa desportiva que continha blocos cilíndricos que pesavam 15 quilos. Dentro dos blocos, havia cocaína.
A organização criminosa tinha uma estrutura hierarquizada. A mulher de 79 anos exercia as funções de líder do cartel e era também o rosto da empresa de fachada que realizava as operações de importação e gestão comercial. Um dos seus cúmplices era um especialista em ferramentas e estava encarregue da extracção da droga do contentor. O terceiro elemento zelava para que não houvesse obstáculos e os planos se realizassem como previsto.
A “rainha” do tráfico na Península Ibérica é oriunda de Alió (Tarragona), e os seus dois cúmplices também detidos pela Polícia Judiciária portuguesa são homens de 26 e 60 años, de Alicante e Blanes (Girona).
A Polícia Judiciária portuguesa, a Guardia Civil e a Polícia Nacional de Espanha vão prosseguir as investigações e poderá haver mais detenções em breve, comunicou a Guardia Civil.