Movimento MUD@R denuncia que só 32% dos diplomatas são mulheres

MUD@R - Mulheres Diplomatas em Rede foi criada este semana e quer promover a paridade na carreira diplomática. Gomes Cravinho apoia.



MUD@R - Mulheres Diplomatas em Rede, assim se chama o novo grupo informal de troca de informações, de reflexão, de análise e de apoio a mulheres diplomatas portuguesas, que conta já com cerca de 160 elementos. A criação deste movimento foi saudada pelo ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.

Foi na passada quinta-feira, dia 26 de Janeiro, que a MUD@R deu os primeiros passos e a data não foi escolhida ao acaso. “Há 25 anos, neste dia, a chefia de missão de uma embaixada portuguesa era assumida, pela primeira vez, por uma mulher diplomata: Maria do Carmo Allegro de Magalhães, na Embaixada de Portugal em Windhoek, Namíbia. Tinham passado apenas 24 anos desde que as mulheres adquiriram o direito de concorrer à carreira diplomática”, refere a entidade numa carta enviada a Gomes Cravinho a que o NOVO teve acesso.

Tendo como objectivo “trabalhar de forma construtiva ”com o “Ministério dos Negócios Estrangeiros e com os interlocutores relevantes do Governo e da sociedade civil”, a MUD@R assume como prioridade a “sensibilização e promoção da paridade na carreira diplomática e nos seus vários escalões, de forma a que a igualdade de género encontre reflexo também na carreira diplomática portuguesa”.

A iniciativa foi bem acolhida pelo ministro dos Negócios Estrangeiros que, nas redes sociais, afirmou que terá “gosto” de trabalhar com a organização em prol de “uma maior representatividade na diplomacia portuguesa”.

Pela frente, a MUD@R e o governante terão um longo caminho, considerando que, “quase 50 anos volvidos desde que adquiriram o direito de concorrer à carreira, as mulheres ainda representam apenas 32,57% do número total de diplomatas portugueses”, lê-se ainda na carta.

Esta percentagem reflecte-se nas diferentes categorias, mas “agrava-se no mais alto escalão da carreira, onde contamos com apenas 11,6% de embaixadoras”. Além disso, acrescenta a MUD@R, “somente 25,8% das chefias de missão no estrangeiro são asseguradas por mulheres diplomatas”.

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