Gonçalo Amaral, ex-inspector da Polícia Judiciária que liderou a investigação do caso Maddie McCann durante os primeiros cinco meses (em 2007), voltou a defender que o rapto da criança “foi simulado”, apontando os pais como “os principais responsáveis” pelo desaparecimento.
As declarações de Gonçalo Amaral foram feitas ao jornal alemão Bild, no âmbito de um programa especial sobre o caso, que será transmitido quarta-feira.
Esta teoria é defendida pelo ex-inspector há vários anos, tendo sido um dos motivos pelo qual acabou por ser afastado do cargo, uma vez que a tese não estava de acordo com a linha de investigação das autoridades portuguesas.
Gonçalo Amaral apontou “a janela que ninguém sabia ao certo se estava aberta ou fechada”, “as impressões digitais da mãe” e o “comportamento estranho dos pais” como provas que sustentam a sua afirmação.
Já sobre a investigação da polícia alemã, que aponta Christian Brueckner como principal suspeito, o ex-inspector não tem dúvidas: “Brueckner nada tem a ver com o desaparecimento de Maddie”.
Gonçalo Amaral revela que nas primeiras horas, mesmo antes de desconfiar dos pais, as autoridades receberam uma lista de pedófilos que moravam na região, na qual constava o nome de Brueckner.
“Mas como é que alguém invadiu o apartamento sem deixar impressões digitais ou outras provas”, questionou, acrescentando que “não seria a primeira vez que um caso seria resolvido com a construção de um suspeito”.
No mesmo âmbito, foi também ouvido o procurador-geral da república alemão, Hans Christian Wolters, que afirmou que o Ministério Público não está interessado na opinião de um ex-polícia português. “Presumimos que não tem os nossos arquivos, portanto, as suas conclusões são completamente irrelevantes”, disse.
Madeleine McCann desapareceu a 3 de Maio de 2007, quando se encontrava de férias num aldeamento turístico da Praia da Luz, no Algarve.