FNAM descreve concurso para médicos de família no Centro e no Sul do país como um “autêntico desastre”

Vagas por ocupar em Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo e Algarve ficaram acima dos 80%. Na região Centro, são mais de metade. Federação Nacional dos Médicos responsabiliza o Ministério da Saúde por este desfecho.

A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) considera que o concurso para médicos de família nas regiões Centro e Sul do país foi um “autêntico desastre”, com muitas vagas a ficarem por preencher. Num comunicado emitido esta sexta-feira, a FNAM indica que ficaram por ocupar 56% das vagas na região Centro, 81% em Lisboa e Vale do Tejo e 84% no Alentejo e no Algarve.

No sentido oposto estão as vagas na região Norte, que foram preenchidas quase na totalidade.

Embora o Ministério da Saúde tenha aberto 979 vagas para o último concurso para médicos recém-especialistas em Medicina Geral e Familiar, apenas houve 395 candidaturas. Destas, a nível nacional, só 313 (80%) aceitaram uma vaga, “ficando o concurso muito aquém das necessidades do país, onde 1,7 milhões de pessoas não têm médico de família.”

A FNAM diz olhar com “preocupação extrema” para os resultados deste concurso, argumentando que veio demonstrar, mais uma vez, que “os médicos estão cansados da falta de condições de trabalho no Serviço Nacional de Saúde, neste caso nos Cuidados de Saúde Primários, sobretudo no Centro e Sul do país, mas também em Trás-os-Montes (Unidade Local de Saúde do Nordeste).”

A federação responsabiliza o Ministério da Saúde por este desfecho, lamentando que a tutela continue a adiar as negociações em curso, o que não contribui para fixar médicos no SNS.

A FNAM recorda ainda que tem apresentando propostas concretas para se firmar um acordo com grelhas salariais justas, condições de trabalho dignas e medidas que apoiem a parentalidade dos médicos.

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