A Câmara Municipal de Viana do Castelo considerou hoje que a partilha do vídeo onde o presidente simula “murros” a adversários políticos se trata de uma “atitude de retaliação e vingança”, uma vez que “o prestador de serviços com contrato ainda válido à data partilhou o vídeo referido com algumas pessoas, sendo uma delas um vereador da oposição”.
Alegando não “saber que estava a ser gravado de forma oculta”, Luís Nobre solicitou o direito de contraditório.
“O prestador de serviços vinha revelando atitudes conflituosas para com o executivo e para com diversos colaboradores do município há muitos meses”, sublinhou a Câmara de Viana do Castelo, em nota enviada ao NOVO. “Mais do que uma vez, foi-lhe pedido para corrigir o seu comportamento, mas tal coisa não aconteceu”.
Sobre o vídeo em causa, a câmara indica que “foi gravado na noite da Ceia de Natal de 2022, por volta das 20h30, após uma visita às instalações das forças de protecção municipal”.
“Foi então surpreendido com a oferta de um equipamento de treino de boxe, que estava montado no seu gabinete. Num tom de descontracção e humor e sem saber que estava a ser gravado de forma oculta o filme para uso indevido, o autarca simulou, brincando, para a equipa, um combate de boxe”, acrescenta.
Eduardo Teixeira, candidato derrotado nas autárquicas de 2021 e vereador da oposição pelo PSD, indicou ao NOVO que Luís Nobre nunca pediu desculpas sobre o teor do vídeo, simplesmente que havia perguntado se “as cinco pessoas que estavam na sala” tinham conhecimento do vídeo.
A câmara assegura que “o Presidente da Câmara Municipal chamou todos os vereadores eleitos para lhes dar nota da existência do vídeo e da sua partilha indevida”. “Lamentou a situação e pediu desculpa aos visados”.
“Todos os vereadores aceitaram o pedido e compreenderam a situação, que apenas visava retirar credibilidade ao autarca”.
Em reacção ao vídeo, o vereador do PSD e ex-candidato à presidência da Câmara Municipal de Viana do Castelo, nas últimas eleições, Eduardo Teixeira, revelou ao NOVO ter ficado “em choque” e lançou mesmo a questão: “Terá condições para continuar no cargo?”.
