O primeiro-ministro, António Costa, defendeu, esta sexta-feira, as medidas implementadas por Portugal para combater a pandemia de covid-19, principalmente a imposição de um teste a todos os cidadãos que cheguem a território nacional, independentemente de estarem vacinados. “O risco de transmissão não se afere apenas pelos continentes e variantes, mas por critérios objectivos que têm a ver com a taxa de incidência e há países europeus que têm taxas de incidência elevadas”, declarou aos jornalistas à margem de uma visita à Autoeuropa.
“Temos estado desde a manhã em contacto com os países africanos com quem temos relações mais intensas. Para já nenhum deles está na lista de restrições que a Comissão Europeia propôs e estamos a articular-nos entre todos, para garantir a segurança e que mantemos o bom fluxo que temos, em particular com Angola e Moçambique”, explicou ainda.
Aos jornalistas, o Chefe do Governo recursou estar a desvalorizar a importância do certificado digital, defendendo que, “no passado, a única solução era fechar fronteiras”, decisão radical que não é necessária agora: “a exigência de teste parece-me absolutamente razoável”. “Seríamos os últimos a desvalorizar um certificado que foi aprovado na presidência europeia portuguesa, mas aprendemos todos os dias com a realidade da pandemia. Nenhuma vacina assegura 100% de protecção e por isso é que há pessoas que não deixam de ser contaminadas. A vacina é imprescindível. Há muito menor transmissão e temos muito menos óbitos. Mas, em algumas situações, devemos ter teste”, acrescentou ainda, recorrendo ao exemplo do uso das máscaras. “Porque é que estamos de máscara? E quem diz a máscara, diz o teste”, disse.
António Costa descartou ainda a possibilidade de um novo confinamento, assegurando que “nada indica que se venha a justificar” tal decisão. “Sabemos que o período de Natal e Ano Novo vai ser um período de intensificação dos contactos, por isso é se torna obrigatório o teletrabalho e se retarda o início das aulas, para ter um momento de contenção e que eventuais contaminações que possam existir durante este período de festejos. Não se justifica neste momento, e nada indica que se venha a justificar, qualquer tipo de confinamento. Ouvimos os peritos no Infarmed e nenhum recomendou”, rematou.