Opinião

O futuro da Madeira passa pelo desenvolvimento da economia azul

Pedro Calado


Durante a organização da primeira edição da Madeira Maritime Week, o Governo Regional da Madeira recebeu profusos elogios da presidente do conselho de administração da Autoridade da Mobilidade e Transportes (Ana Paula Vitorino), bem como do secretário de Estado do Mar (José Maria Costa), que enalteceram o trabalho feito e o posicionamento da Região Autónoma da Madeira na economia azul - em concreto, o exemplar trabalho, em poucos anos, no MAR (Registo Internacional de Navios da Madeira), com o aumento de 500 para mais de 800 navios registados.

Aliás, já anteriormente, o ex-ministro do Mar, então ainda em funções, Ricardo Serrão Santos também elogiara a política prosseguida pela Madeira, nomeadamente o trabalho que se está a fazer na aquacultura.

Curiosamente, estes elogios nacionais à economia azul, que a região tem procurado desenvolver ao longo dos últimos anos, têm sido, ilogicamente, bestializados pelos socialistas locais, num oportunismo politiqueiro pseudo-ambientalista, totalmente ao contrário do que são o discurso e a prática, nacionais e regionais, de que a economia azul é o futuro e que Portugal (e as regiões autónomas) têm de optimizar, do ponto de vista da economia, da ciência e do desenvolvimento, o enorme mar que nos une e rodeia.

Cientes dessa importância, tanto a Universidade da Madeira como o governo regional, a Câmara Municipal do Funchal e outras autarquias estão focados e preparados para desenvolver o conhecimento científico, digital e informático, e ajudar a fazer crescer a indústria marítima e a economia azul e do mar.

Para que se perceba a importância do que estamos a falar, presentemente, a economia azul vale cerca de 10% do PIB, com um contributo superior aos 450 milhões de euros. Em emprego e salários, a economia do mar representou também perto dos 10%, tendo inclusivamente existido nos últimos anos um crescimento de empregos nesta área, até superior a outras, mais tradicionais e mais estabelecidas.

Nos cruzeiros, anualmente, a região recebe mais de 300 escalas de paquetes, o que representa mais de 500 mil passageiros e algumas dezenas de milhões de euros em receitas, resultado do investimento significativo que a Madeira tem realizado na melhoria e qualidade das infra-estruturas. Todo esse investimento portuário e esse desenvolvimento da economia do mar e/ou azul serão sempre muito esperados e desejados.