Opinião

O frenesim (do azar) do PS em Lisboa

Vasco Morgado


Há um grande frenesim no PS em Lisboa no que respeita à governação de Carlos Moedas, de quem, confesso, sou fã político e amigo pessoal.

Vejamos:

Em menos de um ano, Carlos Moedas conseguiu transportes públicos gratuitos para todos os maiores de 65 anos e menores de 23 anos; menos impostos para os lisboetas, com a devolução gradual de IRS (0,5% em 2022 e 0,5% adicionais em 2023). Em menos de um ano conseguiu a criação do Conselho de Cidadãos, para dar voz directa aos lisboetas e concretizar os seus anseios; o maior esforço da década na habitação (526 habitações entregues, 1000 fogos em construção, 40 milhões de euros para a Gebalis reabilitar fogos devolutos); e um reforço sem precedentes dos meios para a higiene urbana (18 milhões de euros transferidos para as juntas de freguesia em 2022, contratação de 190 cantoneiros e motoristas, subsídio de insalubridade ao nível máximo para os trabalhadores, renovação em curso da frota de viaturas) .

E ainda a criação do pelouro da Transparência e Combate à Corrupção, tão importante nestes tempos, as medidas de combate às alterações climáticas, com a utilização da energia solar a partir dos telhados e substituição da iluminação por lâmpadas LED, e o avanço do Plano Geral de Drenagem da cidade, posicionando Lisboa como uma das 100 cidades da Europa para a missão de ser neutral em carbono até 2030.

Isto já sem falar na medida de enorme respeito pelo património de todos, com notificação aos partidos políticos para retirarem outdoors do Marquês de Pombal.

Em menos de um ano. Sem grandes pompas e circunstâncias. Sem festas de apresentação da medida, festas de adjudicação da medida, festas do primeiro tijolo da medida, festas do só-faltam-300-dias da medida e festas da quase-conclusão da medida.

Simples trabalho. Que é para isso que foi eleito.

E isto chateia os que lá estiveram antes, e aqueles que estão habituados a governar com base no barulho mediático, independentemente do valor da medida.

São realmente novos tempos. E, para azar do PS, cada vez mais pessoas estão a perceber (e a habituar-se a) que é possível fazer diferente, fazer bem e com lisura.

E daí as multiplicações dos episódios de medidas aprovadas por coligação negativa. E bloqueios. E artigos de opinião na imprensa, como o recente da líder do PS na CML, em que a palavra tarantela sobressai num texto soberbamente bem escrito na forma, mas vazio de conteúdo, e em que as pastilhas Rennie teriam grande sucesso se aplicadas (como na velha piada), não no antes nem no depois de escrever o artigo, mas no em vez de. E, para terminar, eu diria: a tanta tarantela, prefiro mesmo o Tarantino. Esse grande profissional na sua área.