O continuum de cuidados é um modelo que se refere à continuidade dos cuidados de saúde prestados ao longo da vida de um indivíduo. Tem como palavra-chave a prevenção, especialmente importante quando se fala de doenças crónicas, e que é essencial para minimizar as complicações e diminuir a mortalidade associada a determinadas doenças com evidentes ganhos em saúde.
De acordo com os dados do inquérito realizado pelo Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), já em 2019, 3,9 milhões de portugueses reportaram ter pelo menos uma doença crónica das citadas numa lista de 20 doenças.
Hipertensão arterial, enfarte agudo do miocárdio, acidente vascular cerebral, disritmia cardíaca, diabetes, insuficiência renal crónica, cirrose, hepatite crónica, asma, doença pulmonar obstrutiva crónica, dor crónica, osteoporose, artrite reumatoide, artrose, cancro, depressão, ansiedade crónica, úlcera gástrica ou duodenal, colesterol elevado e alergia são as doenças citadas na lista.
Tanto nos homens, como nas mulheres, as doenças crónicas mais frequentemente indicadas foram a hipertensão (25% e 26%, respetivamente) e o colesterol elevado (24% e 26%), principais fatores de risco para eventos cardiovasculares, responsáveis por uma elevada taxa de mortalidade no nosso país. É assim possível compreender o impacto e a importância da prevenção e do tratamento atempado de todas estas doenças, sendo o especialista em Medicina Geral e Familiar o médico indicado para fazer o seu acompanhamento.
O Dia Mundial do Médico de Família é uma data que destaca o papel vital e a contribuição dos médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar e das equipas dos cuidados de saúde primários, nos sistemas de saúde em todo o mundo. Desde a sua declaração pela World Organization of Family Doctors (WONCA), em 2010, esta efeméride tornou-se uma celebração anual que reconhece o papel central dos médicos de família na prestação de cuidados de saúde pessoais, abrangentes e contínuos de todos os indivíduos. O tema anunciado este ano é: “Médicos de Família: o coração dos cuidados de saúde”.
São várias as razões pelas quais os especialistas em Medicina Geral e Familiar são vistos como “o órgão vital” dos cuidados de saúde, estando em destaque várias características que os distinguem: continuidade de cuidados, abordagem holística, coordenação de cuidados e advocacia e educação.
Em primeiro lugar, os médicos especialistas em Medicina Geral e Familiar são normalmente o primeiro ponto de contacto para os doentes que procuram cuidados médicos; prestam cuidados de proximidade contínuos e abrangentes ao longo da vida, construindo uma relação médico-doente duradoura, com conhecimento dos antecedentes médicos, estilos de vida e das circunstâncias sociais dos seus doentes, oferecendo assim cuidados personalizados.
A sua abordagem holística e humanizada dos cuidados de saúde, considera não apenas a saúde física do doente, como também o seu bem-estar emocional, social e psicológico. Concentram a sua atividade em cuidados preventivos, na detecção precoce de doenças agudas e crónicas, permitindo que as pessoas que acompanham vivam em pleno estado de saúde.
Assumem também um papel central na coordenação de recursos de saúde, trabalhando em sinergia com as outras especialidades, no melhor interesse do doente, evitando a duplicação de serviços de saúde.
Por último os Médicos de Família destacam-se pelo seu papel de provedoria do doente e da sua família, ajudando-os a aceder a todos os recursos necessários, sendo também eles responsáveis pela educação para a saúde, a adopção de estilos de vida saudáveis e a gestão de doenças crónicas.
Os especialistas em Medicina Geral e Familiar são os verdadeiros gestores da saúde das famílias sendo a sua dedicação, compaixão e experiência os pilares para que sejam considerados o Coração da Saúde e uma fonte confiável de apoio para todos os que os procuram.
No dia 19 de Maio festeja-se o Dia Mundial do Médico de Família. O dia do seu médico, o médico da sua família. Estaremos sempre disponíveis, para cuidar de si.
