Transição climática: Moedas afirma que Lisboa está “preparada para ser vanguarda”
Autarca defende que, “também em Portugal, é preciso fazer da transição energética uma missão”, revelando mais medidas a serem implementadas na capital contra as alterações climáticas.
O presidente da Câmara de Lisboa, Carlos Moedas, admitiu esta terça-feira que o projecto da “Europa do futuro” está ainda por cumprir, apontando a transição climática como um dos elementos fundamentais para atingir esse objectivo – algo que, assegurou o autarca, está a ser aplicado na capital.
“Cinquenta e cinco por cento da população mundial vive em cidades. Sessenta e cinco por cento da procura global de energia está nas cidades. Setenta por cento das emissões de dióxido de carbono têm origem nas cidades. Por isso, o envolvimento das cidades na transição energética é fundamental”, sustentou Moedas.
Durante intervenção no workshop “Desafio Europeu para a Neutralidade Climática em 2030: o papel das cidades”, no Salão Nobre da Câmara Municipal de Lisboa, Moedas destacou o EU Mission Cities, instrumento de missão da União Europeia que quer alcançar 100 cidades europeias inteligentes e com impacto neutro no clima até 2030.
“Foi como comissário europeu que desenhei o projecto das EU Missions. Agora estou a aplicá-lo em Lisboa, como presidente da câmara”, afirmou o autarca, enumerando várias acções em prol da transição climática realizadas na capital, depois de a autarquia ter realizado, nos Paços do Concelho, uma reunião para ouvir ideias dos cidadãos.
“Algumas já são realidade, tal como a ideia dos superquarteirões, concretizada na Praça da Alegria”, disse Moedas, fazendo referência a outras como a mudança da iluminação pública para LED, a introdução de sistemas de rega inteligente nas ruas e jardins e a criação de unidades de produção para autoconsumo em edifícios municipais. O edil lembrou ainda os transportes públicos gratuitos para jovens até 23 anos e idosos, o reforço da rede de eléctricos da Carris e o uso de água reciclada para regar os jardins e as ruas.
“Mas mais estão a caminho, como a ideia do Jardim em cada Esquina. A ideia de plantar uma árvore em cada esquina e cruzamento da cidade para promover a regulação climática”, revelou Moedas.
O presidente da Câmara de Lisboa considerou ainda que, com a assinatura do contrato climático da cidade de Lisboa, em Outubro, a capital está “preparada para estar na linha da frente da descarbonização e para ser vanguarda na mudança de paradigma do clima”.
“Também em Portugal precisamos de fazer da transição energética uma missão”, apelou.
Nesta altura, jovens activistas estão, desde 26 de Abril, a realizar acções de protesto pelo clima em escolas de Lisboa, Porto e Faro, em que reclamam o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e electricidade 100% renovável e acessível a todas as famílias até 2025.