Segundo dia de greve dos médicos em Lisboa e Vale do Tejo
Médicos a exercer na região de Lisboa e Vale do Tejo cumprem esta quinta-feira o segundo dia de greve, uma paralisação convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM).
Os médicos da região de Lisboa e Vale do Tejo cumprem esta quinta-feira o segundo dia de greve, numa altura em que o governo avança para alterações no Serviço Nacional de Saúde sem ter conseguido chegar a acordo com os sindicatos.
A greve regional em LVT, convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos (SIM), afeta, além de vários centros de saúde, hospitais como o Beatriz Ângelo, em Loures, o de Vila Franca de Xira, o de Garcia de Orta, em Almada, o Dr. José Almeida, em Cascais, o Centro Hospitalar do Barreiro, o Centro Hospitalar de Setúbal e o Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa. A paralisação estende-se também ao Instituto de Oftalmologia Dr. Gama Pinto, ao Instituto Português de Oncologia de Lisboa Francisco Gentil e ao Departamento Medicina Desportiva do IPJD.
O SIM tem agendada nova greve regional em LVT para os dias 27 e 28. Nessa paralisação estarão incluídos os grandes centros hospitalares da capital (Lisboa Norte, Lisboa Central e Lisboa Ocidental).
Na terça-feira, o sindicato anunciou também um novo prolongamento, até 22 de outubro, da greve dos médicos às horas extraordinárias, que começou a 24 de julho e terminaria no dia 22 de setembro, e perante a ausência de um acordo com Manuel Pizarro, mantém todas as greves agendadas.
Segundo o secretário-geral do SIM, o primeiro dia do protesto teve uma adesão média acima dos 90%, sendo que as percentagens de adesão atingem nos centros de saúde os 95%, nos blocos operatórios 90% e nas consultas hospitalares 89%
Roque da Cunha lamenta que não tenha sido possível, ao longo dos 17 meses de negociação, chegar a um acordo com o governo, acusando mesmo o executivo de “desrespeito pelos médicos”.
“Rever uma grelha salarial é remunerar melhor sem aumentar a carga de trabalho nem tentar abolir mais valias laborais que os trabalhadores médicos obtiveram pela negociação coletiva e acordos coletivos de trabalho livremente assinados”, frisa o sindicalista, considerando por isso que “condicionar um maior aumento salarial à adesão a um novo regime de trabalho denominado de dedicação plena dos médicos que aceitem prescindir dos atuais direitos que possuem, de proteção da qualidade e da segurança, para si e, para os doentes, é um caminho perigoso e que não pode ter a aquiescência sindical”.
Sem acordo com os sindicatos, o governo decidiu avançar com os diplomas relativos às Unidades de Saúde Familiares (USF) e ao regime de dedicação plena, temas que estarão esta quinta-feira em cima da mesa no Conselho de Ministros que se realiza em Algés.
A Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que já tinha avançado para uma greve nacional de dois dias em novembro (14 e 15), anunciou outra paralisação nacional para 17 e 18 de outubro.