Santa Casa atravessa situação financeira de “alguma dificuldade”. Ana Jorge admite “risco” de 20 milhões em prejuízos

A nova administração da Santa Casa tem tentado equilibrar a situação financeira que encontrou. Prejuízos foram provocados pela “operação de internacionalização” dos jogos.

A Santa Casa da Misericórdia de Lisboa enfrenta uma situação financeira de “alguma dificuldade”, reconheceu a provedora Ana Jorge no decurso de uma entrevista à RTP3. A responsável admitiu inclusivamente que a atual situação financeira pode implicar um risco de um prejuízo de até 20 milhões de euros. Esse prejuízo foi gerado pela “operação de internacionalização” dos jogos.

Ana Jorge não quis avançar com números concretos relativamente ao estado das finanças da Santa Casa, numa altura em que decorre uma auditoria forense e financeira à internacionalização, e que deverá estar concluída em outubro.

Sobre o risco de um prejuízo de até 20 milhões de euros, a provedora disse que “estamos neste momento em negociações e aguardamos os resultados da auditoria que está a decorrer também no Brasil”, em busca de soluções para que “o risco não seja dessa natureza”.

Ana Jorge assegurou que estão a ser desenvolvidos todos os esforços “para manter a atividade social que é fundamental, quer nas crianças, quer nos idosos, quer transversal à população mais vulnerável”, como os sem-abrigo, creches e jardins de infância.

Quanto ao corte nos apoios desportivos, que tinha sido comunicado há uma semana e que ameaçava a realização de eventos e a deslocação de atletas, terá sido afastado, embora a provedora da Santa Casa rejeita a ideia de ter “voltado atrás”.

“O que ficou combinado na reunião que houve entre a Santa Casa e o governo foi que as federações que se manifestaram teriam os seus apoios garantidos”, face à “proximidade dos Jogos Olímpicos”, sublinhou Ana Jorge.