Risco de morrer por covid-19 “é cinco vezes mais baixo do que no início da pandemia”
Conclusão foi divulgada pelo especialista do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, Henrique Barros, durante a vigésima reunião do Infarmed.
O risco de morrer devido à Covid-19 “é cerca de cinco vezes mais baixo do que no início da pandemia” e isso deve-se à vacinação, explicou Henrique Barros, durante a vigésima reunião do Infarmed.
O especialista do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto, que falou sobre “vacinação, variantes genéticas do vírus e mortalidade”, fez projecções sobre um cenário onde não existisse a vacina. “Sem vacina teríamos um retorno a um pico de infecção que seria muito próximo do que vivemos há uns meses”, disse o especialista.
Henrique Barros apresentou dados referentes a uma amostra de 200 mil voluntários, sublinhando que das respostas obtidas se conclui que 90% das pessoas querem ser vacinadas e que a percentagem maior se centra na faixa etária dos mais velhos (mais de 79 anos) e a mais baixa no intervalo dos 40-49 anos de idade.
Disse ainda que as pessoas com mais rendimentos e maior educação formal “tendem a ser as que mais pretendem ser vacinadas” e que as que têm menores rendimentos parecem menos interessadas no processo de vacinação.
“É preciso ganhar estas pessoas para a vacinação e contrariar a relutância em relação à vacina”, afirmou.
Henrique Barros sublinhou o “extraordinário ganho em sobrevida” que a vacina trouxe, sobretudo nos mais velhos e mais frágeis em termos de saúde.
Ainda sobre a probabilidade de morrer com a infecção, disse que é maior nos homens e que tem uma “variabilidade regional”.
Como exemplo, disse que quem se infecta na região da Madeira tem risco menor de letalidade: “Era importante estudar o porquê de tudo isto”.
Disse ainda que o risco de morrer está igualmente associado às diferentes variantes do vírus, que ser infectado com a variante que teve origem no Reino Unido aumenta risco de morrer com covid-19, tal como com a variante sul africana.
Sobre a variante brasileira associada a Manaus, disse que ainda não foi associada a casos de morte em Portugal.
A este respeito, o epidemiologista sublinhou “a necessidade de vigilância epidemiológica muito organizada e muito capaz” de cruzar as pessoas que se infectam, as características do agente (vírus) e contexto em que ocorre a infeção.
Mesmo com as variantes mais letais e potencialmente mais transmissíveis, como a presença massiva da variante do Reino Unido, “é possível com medidas de protecção e vacinação garantir que, em Setembro, se tudo correr normalmente, esperamos não ter casos [de morte]”.
*Com Lusa