Perante o autêntico descalabro que tem sido a governação socialista do país, nestes mais de sete anos, e apesar de todo o populismo, mais ou menos intencional, propagandeado, salta à vista de todos que, hoje como sempre desde a Revolução de Abril, o PSD constitui a única alternativa para a condução dos nossos destinos coletivos.
Uma alternativa a um governo desacreditado, sem autoridade, useiro e vezeiro em “expedientes”, que deverá ser sólida, moderada, distinta (nos métodos e nas políticas), e, acima de tudo, reformista.
Menos de um ano e meio decorrido das últimas legislativas, quando, apesar de todos os vaticínios, ainda distam mais de três das próximas previstas, e, prestes a completar um ano do seu mandato, o presidente do PSD lançou um processo de revisão estatutária.
De facto, ao contrário do país e do mundo, que avançam hoje a uma velocidade alucinante em todas as suas dimensões, o diploma estruturante do partido pouco ou nada mudou desde a sua fundação.
Apenas em 2006, com a introdução – isolada e a reboque – das eleições directas para a escolha (apenas) do presidente do PSD se modificou, ainda que pontualmente.
O PSD continua, assim, na idade analógica, com a organização de sempre, a imagem de sempre, e os métodos de sempre.
Vivemos, em Portugal e no Mundo, momentos de grande volatilidade e desconfiança no que às políticas e partidos tradicionais diz respeito.
Nesse sentido, se pretende conquistar a confiança maioritária dos portugueses, como é sua vocação e desígnio existencial, deverá aproveitar esta oportunidade, única, para – aos olhos de todos – se modernizar e abrir, particularmente em duas questões.
No método de escolha do seu presidente, que será sempre, ou líder da oposição (como bem chamou, recentemente, o Presidente da República) ou, naturalmente, candidato a primeiro-ministro.
Numa democracia plena, um partido aberto, moderno e plural não poderá continuar a escolher o seu líder com métodos antigos, opacos e que fazem “corar de vergonha” as maiores agremiações desportivas nacionais.
Dada a sua responsabilidade, em pleno século XXI, e à imagem das democracias mais consolidadas, o candidato a primeiro-ministro deverá, assim, ser escolhido em eleições primárias abertas a todos os simpatizantes, legitimando-o.
E, num outro prisma, essa abertura e transparência deverá estender-se à escolha dos candidatos do partido a eleições externas, em particular a deputados, eurodeputados e presidentes de câmara municipal.
Só assim o PSD conseguirá atrair os melhores, pacificar-se, combater extremismos e primar pela diferença.
Como partido mais reformista de Portugal, na antítese do habitual conservadorismo imobilista e estatal do PS, “mascarado” com o falso “modernismo” das causas fracturantes, deverá em coerência, e adicionalmente, apresentar propostas reformistas em duas outras matérias essenciais.
Na lei eleitoral para a Assembleia da República, procurando aproximar eleitos de eleitores, com a consequente responsabilização dos primeiros.
Uma vez que só com o alargamento das possibilidades de escolha de cada eleitor, evitando o exclusivo das “máquinas partidárias”, e, em simultâneo com a reconfiguração dos círculos eleitorais para que, não afectando a proporcionalidade, cada um deles designe, no máximo, dez deputados, aqueles poderão ser atingidos.
E de um dos sectores mais atávicos do país: a Justiça.
Literalmente parada desde os anos 70, para mal do nosso país, dos seus investidores, e, particularmente, dos seus cidadãos.
Cara, lenta, opaca, imperceptível aos olhos do comum dos mortais, e, cujos protagonistas são totalmente irresponsáveis perante tudo o que sucede, não é – de todo – Justiça.
O país anseia por reformas e só o PSD as conseguirá concretizar. Este é o momento.