É a primeira moção de censura ao Governo socialista de maioria absoluta?

Não. Esta é a terceira moção de censura a este Governo. O Chega já tinha apresentado uma moção de censura em julho de 2022 e a Iniciativa Liberal no início deste ano. As duas foram chumbadas com os votos contra da esmagadora maioria dos deputados.

Quais foram as razões apresentadas pelo Chega para censurar o Governo?

O Chega argumenta que “a acelerada degradação do espaço político, promovido pelo Governo liderado por António Costa, está a provocar um descrédito irremediável nas instituições políticas portuguesas”. André Ventura já tinha anunciado a apresentação desta moção há alguns meses e justificou-a com “a brutal incompetência e incapacidade crónica do Governo”. O “conflito institucional” com o Presidente da República, a crise na habitação e os problemas na saúde e educação foram algumas das razões apresentadas pelo líder do Chega para censurar este Governo.

Como vão votar os outros partidos?

A Iniciativa Liberal será o único partido a votar favoravelmente a moção de censura apresentada pelo Chega. Os liberais abstiveram-se na moção apresentada por André Ventura em julho de 2022, mas desta vez votam a favor com o argumento de que não é possível ignorar “o degradar constante e crescente da situação do país”. Patrícia Gilvaz, deputada da IL, disse à agência Lusa que a IL não pode “deixar de estar ao lado dos portugueses”. A moção de censura merecerá os votos contra do Partido Socialista, mas também do PCP e do Bloco de Esquerda, os antigos parceiros da geringonça. O PSD optou novamente pela abstenção.

Esta moção de censura incomoda o PSD?

O objetivo de André Ventura é tentar demonstrar que o Chega é o partido com uma oposição mais agressiva ao Governo socialista. O líder do Chega tentou colar o PSD a uma “oposição frouxa e fraca”, se não votasse a favor, mas Luís Montenegro argumentou que a iniciativa só serve para dar protagonismo ao Governo e não resolve nenhum problema do país. “É uma moção melhoral, nem faz bem nem faz mal.  Alivia as dores do Governo momentaneamente quando a maioria se levantar para votar contra.