Presidente do Eurogrupo quer concluir União Bancária até Maio de 2024
Paschal Donohoe, presidente do Eurogrupo, disse em entrevista ao El Economista que “gostaria de avançar na União Bancária antes de Maio de 2024”.
O Presidente do Eurogrupo, Paschal Donohoe, deu uma entrevista ao jornal espanhol “El Economista” a dizer que “gostaria de avançar na União Bancária até Maio de 2024”.
A União Bancária encontra-se estruturada em torno de três dimensões, ou pilares. O primeiro é um mecanismo único de supervisão (MUS), p segundo é um mecanismo único de resolução (MUR) e o terceiro, e que falta fazer, é um mecanismo único de garantia de depósitos. Isto é, falta entendimento para criar um Fundo de Garantia de Depósitos para a zona europeia.
Os três pilares do projecto de União Bancária têm vindo a ser implementados de forma faseada.
O presidente do Eurogrupo, defende que há uma “oportunidade de agir rápido” dentro da actual legislatura da Comissão e do Parlamento Europeu.
O irlandês Paschal Donohoe, em entrevista ao El Economista, considera que os “esforços para aprofundar a União Bancária na última década fizeram uma grande diferença na situação da Europa”, nomeadamente ao exigir que os “bancos retivessem mais capital”, bem como com a revisão e fortalecimento da forma como se regulam os bancos.
“Assistimos a desenvolvimentos noutras partes do mundo, especialmente nos Estados Unidos, que nos recordam a importância de os bancos manterem o nível adequado de capital nos seus balanços e de disporem de um quadro regulamentar muito forte”, disse Paschal Donohoe quando questionado sobre “o que é necessário para completar a última etapa da União Bancária e criar um sistema comum de garantia de depósitos?”.
O Presidente do Eurogrupo referiu que “a Comissão Europeia publicou algumas novas propostas sobre a forma de lidar com os bancos de pequena e média dimensão em dificuldades financeiras excepcionais. Apresentou também propostas sobre o funcionamento dos sistemas nacionais de garantia de depósitos. A abertura destes projectos mostra que podemos fazer progressos nos passos que faltam dar. Nos próximos meses, os ministros e a União Europeia dedicarão a sua energia a esta questão”.
A criação de um fundo comum que garanta os depósitos (até 100 mil euros) em caso de falência de um banco da zona euro tem enfrentado a relutância da Alemanha. Mas Donohoe acredita que agora “existe uma dinâmica que pode ser aproveitada para avançar no reforço da União Bancária”.
“A União Bancária é um daqueles projectos na União Europeia em que se avança muito gradualmente. Mas quando se chega a esse progresso, é um passo muito importante”, acrescentou.
“Embora reconheça que existem sensibilidades em torno das propostas da Comissão, acredito que encontraremos um caminho a seguir. E isso fará a diferença não só para os bancos da Europa, mas também para proteger o contribuinte europeu”, disse ainda.
Quando questionado sobre o calendário para a conclusão da União Bancária, o Presidente do Eurogrupo admitiu que gostaria de fazer avançar estas propostas no âmbito da actual legislatura do Parlamento Europeu e da Comissão. “É uma oportunidade para avançar rapidamente”, reforçou.