Presidente da UEFA garante realização das meias-finais da Liga dos Campeões
Compromissos televisivos impedem castigo imediato aos três clubes em prova que tentaram criar a Superliga Europeia: Real Madrid, Chelsea e Manchester City.
As meias-finais da Liga dos Campeões, que na próxima semana têm agendados os jogos da primeira mão, não estão em risco, disse quarta-feira à noite o presidente da UEFA, Aleksander Ceferin.
“Há muito poucas hipóteses de que os jogos não aconteçam, mas o futuro será diferente”, considerou o responsável máximo do futebol europeu, três dias depois do anúncio da criação da Superliga e do fracasso da mesma que se veio a suceder.
Nas meias-finais da Champions encontram-se Paris Saint-Germain, Manchester City, Chelsea e Real Madrid, os três últimos fundadores do projecto fechado da Superliga Europeia, embora os ingleses já tenham desistido.
“A questão é que esta época já começou. Se anulássemos os jogos [das meias-finais], as estações de televisão irão exigir indemnizações”, disse Ceferin em entrevista ao canal esloveno Pop TV.
O presidente da UEFA justificou o actual cenário, apesar de a UEFA ter manifestado nos últimos dias que consideraria a exclusão de qualquer competição nacional e internacional para os 12 clubes dissidentes da Champions.
O projecto da Superliga, anunciado no domingo, acabou por ruir antes de começar, primeiro com o abandono de Manchester City, Manchester United, Tottenham, Arsenal, Liverpool e Chelsea, e, depois, com as desistências do Inter de Milão e Atlético de Madrid.
Na entrevista de quarta-feira, Ceferin apelou a uma “reconstrução da unidade” no futebol europeu, mas disse que os clubes dissidentes “vão ter consequências”, embora refira que será tido em conta, com os clubes ingleses, o terem assumido o erro.
Em relação à participação futura de outros clubes nas competições, o dirigente disse que espera que contactem a UEFA e que será um assunto a entregar ao departamento jurídico do organismo. “Estupidamente, não pude acreditar que os meus interlocutores diários estavam a preparar outro projecto nas nossas costas [enquanto se definia o novo formato da Liga dos Campeões]. Fui ingénuo, mas antes ingénuo que mentiroso”, disse Ceferin.
Face à contestação dos adeptos e das autoridades governativas e do futebol, Manchester City, Liverpool, Arsenal, Manchester United, Tottenham e Chelsea iniciaram a debandada do projeto da Superliga na terça-feira, seguindo-se já na quarta-feira Atlético de Madrid e Inter Milão. AC Milan e Juventus já reconheceram a necessidade de avaliar o projecto, enquanto o Barcelona faz depender a sua permanência da aprovação dos sócios.