Plano para a ferrovia descarrila em prazos e custos

O programa Ferrovia 2020 devia ter ficado concluído em 2021, mas o calendário de execução foi sendo atrasado. Infraestruturas de Portugal prevê “pico financeiro” na execução este ano… e no próximo. E admite que atrasos e a conjuntura mais difícil, bem como a execução do PRR, inflacionam custos e dificultam a obtenção de meios para as obras.

Lançado um ano antes, ainda com a geringonça aos comandos do país, anunciava-se o arranque dos seis primeiros projetos do Ferrovia 2020. O Plano para a Requalificação da Rede Ferroviária Nacional gastava então os primeiros 58 milhões de euros para requalificar alguns troços nas linhas do Douro, Minho e Norte, sobretudo processos de eletrificação. E previa lançar de seguida os concursos para empreitadas em mais cinco zonas do país, num valor de perto de 200 milhões – tudo somado, os primeiros cerca de 10% de um investimento global de 2,7 mil milhões cofinanciados por fundos europeus. A informação completa sobre os projetos em causa estava expressa no Orçamento desse ano: 2017.

Dois anos depois do prazo definido para o Ferrovia 2020 estar cumprido e da realidade do país modernizada de acordo com as ambições, entretanto escaladas, de eletrificação e de melhoria da rede, o calendário de conclusão das obras prioritárias continua a rolar para diante.

Artigo originalmente publicado na edição do NOVO de 5 de agosto