Prémio Nobel da Química: Para Carlos Moedas e Filipe Anacoreta Correia, pela organização de um evento desta dimensão em tempo recorde. A forma relativamente organizada como o evento decorreu disfarçou completamente a impreparação com que a pasta lhes foi entregue por Medina. Até um sistema de transportes normalmente deficitário pareceu funcionar relativamente bem para a carga que recebeu. Carlos Moedas estabeleceu uma química com os portugueses, fazendo muitos esquecerem os excessos de despesa pública por ajuste direto do evento. Demonstrou, acima de tudo, capacidade de executar.

Prémio Nobel da Física: Para o Parque Tejo. O Parque Tejo tinha quatro sectores: o sector A, correspondente a toda a área desde o palco até ao rio Trancão; os sectores B e C, logo depois do rio Trancão; depois havia uma longa mas estreita área mais atrás, correspondente ao sector D. Os sectores A, B e C estavam reservados aos peregrinos inscritos que, segundo a organização, a 1 de agosto eram cerca de 354 mil. Mesmo assumindo alguns infiltrados e inscritos de última hora, a diferença entre os ocupantes dos sectores A, B e C e os 1,5 milhões anunciados como tendo estado na vigília de sábado tiveram de se encaixar todos no sector D (incluindo tendas e sacos-cama). Se a vigília tivesse 800 mil ou 900 mil pessoas teria sido um sucesso na mesma mas, graças à proeza do responsável que organizou as pessoas no sector D, conseguiu-se atingir exatamente o número pré-anunciado em janeiro que, por coincidência, era igual à estimativa da JMJ de Madrid, em 2011.

Prémio Nobel da Economia: Para as pessoas que elaboraram o estudo de impacto económico da Jornada Mundial da Juventude. Seguindo uma metodologia única para avaliar grandes eventos, patenteada em Portugal, conseguiram estimar centenas de milhões de impacto económico positivo num evento que substituiu turistas normais alojados em alojamentos turísticos por turistas de marmita na mochila alojados em casas de voluntários.

Prémio Nobel da Paz: Para a Igreja Católica por ter conseguido mobilizar pessoas de tantos países, línguas, raças e etnias para um convívio pacífico e feliz. Demonstrou que tal é possível com a atitude e as circunstâncias certas. A Igreja não precisa dos números inflacionados da propaganda, nem teria precisado de algum despesismo que marcou a preparação para ficar feliz com o impacto para si da Jornada Mundial da Juventude. Crentes, ateus e agnósticos elogiaram o clima de alegria e valorizaram as palavras do Papa. Até o PCP veio provar do ópio do povo, tal a fome de popularidade. A Igreja que quer ser de todos conseguiu durante aquela semana uma transversalidade que poucos antecipavam. Quase todos quiseram ficar na fotografia, incluindo os oportunistas que se esconderam quando as coisas estavam difíceis. O impacto que a Igreja Católica procura é de outra natureza, e esse parece ter sido atingido, mesmo que o impacto económico para o país acabe mesmo por ser negativo.