Operação Triângulo. Levantada imunidade a deputado do PS António Gameiro
Decisão, em plenário, foi tomada por unanimidade. Operação levou à detenção da presidente da Câmara de Vila Real de Santo António.
O Parlamento confirmou esta quinta-feira o levantamento da imunidade ao deputado António Gameiro (PS), envolvido na “Operação Triângulo”, que levou à detenção da presidente da Câmara de Vila Real de Santo António.
A decisão, em plenário, foi tomada por unanimidade, a exemplo do que aconteceu na terça-feira, na comissão de Transparência e Estatuto do Deputado.
Na semana passada, António Gameiro retirou a candidatura à Câmara de Ourém, demitiu-se da presidência da concelhia, mas anunciou que vai manter-se como deputado.
A decisão surgiu na sequência de o parlamentar ter sido considerado suspeito na “Operação Triângulo”, que levou à detenção da presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, Conceição Cabrita (PSD).
Quatro pessoas foram detidas em 13 de Abril pela Polícia Judiciária (PJ) por suspeitas de corrupção, recebimento indevido de vantagem e abuso de poder na intermediação de um negócio imobiliário em Monte Gordo, Vila Real de Santo António, informou a PJ.
Os detidos foram a presidente da Câmara de Vila Real de Santo António, que, entretanto, renunciou ao cargo, um trabalhador da Administração Pública e dois empresários.
Em causa estão “factos susceptíveis de integrarem a prática dos crimes de corrupção, recebimento indevido de vantagem e abuso de poder”, havendo “suspeitas de actuação ilícita de titular de cargo político, que beneficiou da colaboração de funcionários, bem como outros intervenientes, na intermediação de um negócio, de compra de imóvel, propriedade do município, na praia de Monte Gordo”, segundo um comunicado da Polícia Judiciária (PJ).
De acordo com a PJ, foram realizadas “cerca de duas dezenas de buscas, designadamente domiciliárias, em estabelecimentos e escritórios de advogados”, diligências que “tiveram lugar na região do Algarve, Lisboa, Leiria e Ourém”.
O negócio imobiliário que esteve na origem das quatro detenções envolveu a venda de um terreno em Monte Gordo por 5,6 milhões de euros, aprovada em Assembleia Municipal no dia 3 de Abril de 2020, com os votos a favor do PSD e contra da bancada do PS e da CDU.