O Tocata e Fuga do Leão em Faro
Quando a melodia do futebol do Sporting conseguiu reduzir o ímpeto do Farense, o habitual Pedro Gonçalves bateu com sucesso o guarda-redes Beto, levando a uma exibição segura até ao intervalo.
A primeira vez que ouvi o “Tocata e Fuga em Ré Menor” de Bach, foi num filme do Drácula e a música fascinou-me por conseguir tocar tantas sensações diferentes em mim. Começa com um tom agressivo e assustador, talvez pelo enquadramento do próprio filme, mas em pouco tempo assume uma melodia agradável, energética e libertadora transportando-nos para uma tranquilidade que contrasta com o nervosismo inicial.
Assim foi este Sporting, iniciando o jogo em claras dificuldades com a estratégia bem pensada e montada por Jorge Costa, que querendo aproveitar o clima de desconfiança e desconforto dos leões após os dois recentes empates, instruiu a sua equipa para pressionar alto, dificultando muito a acção com bola do adversário. Quando a melodia do futebol do Sporting conseguiu reduzir o ímpeto do Farense, o habitual Pedro Gonçalves bateu com sucesso o guarda-redes Beto levando a uma exibição segura até ao intervalo.
No segundo tempo um excelente jogo de futebol com os guarda-redes a brilharem, mas com especial destaque para Adan que nos segurou a 3 pontos que valem uma vantagem de 9 pontos à condição e que colocam a pressão nos adversários, ao contrário do que havia acontecido nas últimas duas jornadas. Nota de destaque igualmente para o “menino” Daniel Bragança, que nos arranca sorrisos com a relação tão próxima que tem com a bola e para Gonçalo Inácio, outro “menino” que é cada vez mais referência não só a defender, mas também na primeira fase de construção.
*ex-Director Técnico do Sporting e adepto do Sporting