O relatório explosivo sobre o BES que Carlos Costa nunca quis entregar
O Banco de Portugal fez um ring-fencing que não só não salvou o BES como promoveu “esquemas irregulares”; e tinha, afinal, poderes para afastar Salgado mais cedo da liderança do BES. O NOVO acedeu ao relatório que Carlos Costa escondeu.
Afinal, o Banco de Portugal (BdP) tinha instrumentos jurídicos para afastar Ricardo Salgado da liderança do Banco Espírito Santo (BES), sem precisar sequer de avaliar a sua idoneidade. Afinal, a supervisão sabia de circunstâncias pouco claras em torno da emissão de obrigações de longo prazo, mas não investigou – e como não investigou, não descobriu atempadamente o alegado esquema de compra e recompra de obrigações através da sociedade suíça Eurofin.
Afinal, a famosa estratégia de ring-fencing – que visava impedir o BES de continuar a financiar o GES – foi mal desenhada. E foram os seus “defeitos” que permitiram, e até promoveram, “alguns dos esquemas irregulares” usados pela liderança do BES para continuar a financiar as empresas do grupo. Ou seja, o ring-fencing, ao invés de salvar o banco, promoveu irregularidades que levaram à sua hecatombe.
As conclusões demolidoras estão registadas nas 490 páginas daquele que era o relatório mais secreto do BdP, e a que o NOVO teve acesso no final de Março. O documento esteve seis anos trancado num cofre do supervisor com o carimbo “confidencial”, por decisão de Carlos Costa.
Leia o artigo na íntegra na edição impressa do NOVO, nas bancas a 16 de Abril de 2021