“Não para amanhã, mas para ontem”: cientistas à porta do Ministério do Ambiente contra inacção dos governos

Acção pretende alertar para o caos climático e a urgência em arranjar soluções para uma transição para energia renovável sem danificar o meio ambiente.

Cerca de uma dezena de cientistas do movimento português Scientist Rebellion estão, desde o início da manhã, junto a uma das entradas do Ministério do Ambiente, em Lisboa, a protestar contra a inacção dos governos em relação às alterações climáticas.

Segundo a bióloga Teresa Santos, citada pela Lusa, que está presente no local, os cientistas estão junto a uma das portas do Ministério do Ambiente para “tentar impedir a entrada” de pessoas e para colar vários artigos científicos nas paredes, a fim de demonstrarem a necessidade de serem tomadas medidas “não para amanhã, mas para ontem”.

Esta acção, que decorre no âmbito da campanha “Parar o Gás” e de outra que está a decorrer esta quarta-feira em vários países do mundo contra a inacção dos governos, “é pacífica” e pretende chamar a atenção para o caos climático.

“O grupo de cientistas que está aqui, esta quarta-feira, junto ao Ministério do Ambiente, reivindica o facto de este ministério, tal como o resto dos Estados e também o Estado português, continuarem reféns das indústrias fósseis e serem incapazes de tomar medidas atempadas que verdadeiramente enfrentem a crise climática”, explicou.

De acordo com os cientistas e membros do movimento Scientist Rebellion, o Estado português continua a investir em estruturas fósseis, ao contrário do que a ciência indica.

“O Estado português continua a fazer green washing. Estamos dependentes do gás fóssil destas indústrias, ao invés de fazer um forte investimento nas energias renováveis, salvaguardando a parte biológica e não fazendo o que foi feito recentemente por pessoas como João Galamba, que na altura estava à frente da Agência Portuguesa do Ambiente, que desmataram uma floresta de sobreiros para instalar painéis solares, um crime ambiental”, sublinhou.

Teresa Santos frisou a urgência em arranjar soluções para levar a cabo uma transição para energias renováveis como a solar sem danificar o meio ambiente.

“Temos de chegar a 100% de energia proveniente de fontes renováveis o mais rapidamente possível e apresentar soluções”, rematou.