Médicos a exercer na região Norte iniciam greve de dois dias
Sindicatos e governo voltam a reunir-se amanhã, dia 7. Greves regionais, convocadas pelo Sindicato Independente dos Médicos, prolongam-se durante todo o mês.
Os médicos que exercem na região Norte do país começaram este quarta-feira uma paralisação de dois dias. A greve, convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos, abrange, no Porto, o Centro Hospitalar Universitário de São João, o Hospital das Forças Armadas o Instituo Português do Sangue e Transplantação, e vários outros hospitais da região, tais como o Centro Hospitalar da Póvoa de Varzim/Vila do Conde, o Centro Hospitalar Tâmega Sousa – Penafiel, o Centro Hospitalar Médio Ave, a Unidade Local de Saúde do Alto Minho e o Centro Hospitalar de Trás-os-Montes e Alto Douro.
A paralisação abrange ainda vários Agrupamentos de Centros de Saúde (ACES) da Administração Regional de Saúde (ARS) do Norte, entre os quais o ACES de Alto Trás-os-Montes – Alto Tâmega e Barroso; Douro I – Marão e Douro Norte; Douro II – Douro Sul; Grande Porto I – Santo Tirso / Trofa; Grande Porto III – Maia / Valongo; Grande Porto IV – Póvoa do Varzim/Vila do Conde; Grande Porto VI – Porto Oriental; Tâmega I – Baixo Tâmega; Tâmega II – Vale do Sousa Sul; Tâmega III – Vale do Sousa Norte e ACES das ULS.
Esta é uma das várias greves regionais que o sindicato liderado por Jorge Roque da Cunha convocou para o mês de setembro, já depois de a 30 de agosto, os médicos a trabalhar no Algarve, no Alentejo e Açores terem cumprido dois dias de paralisação.
Para a semana, nos dias 13 e 14, será a vez dos médicos da região de Lisboa e Vale do Tejo (LVT) cumprirem dois dias de greve. Depois, a 20 e 21 de setembro, volta a ser a região Norte a paralisar, mas noutras unidades de saúde, tal como sucederá com os médicos da região LVT nos dias 27 e 28.
As greves regionais convocadas pelo SIM têm como objetivo “fazer com que o governo dê uma resposta efetiva ao caderno reivindicativo sindical”.
Os médicos reivindicam “o urgente encerramento da atividade da mesa negocial constituída entre o governo e o SIM, e que, prioritariamente, seja apresentada pelos ministros das Finanças e da Saúde uma proposta de grelha salarial que reponha a carreira das perdas acumuladas por força da erosão inflacionista da última década e que posicione com honra e justiça toda a classe médica, incluindo os médicos internos, na tabela remuneratória única da função pública”.
Os sindicatos médicos e o executivo concluíram a 10 de agosto uma quinta reunião negocial extraordinária, em Lisboa, sem chegarem a acordo sobre a revisão da grelha salarial, principal item do caderno reivindicativo apresentado à mesa das negociações, iniciadas em 2022. A nova reunião negocial estava agendada para 11 de setembro, mas foi antecipada para esta quinta-feira, dia 7.
Da parte da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), foi já marcada uma greve nacional para os dias 14 e 15 de novembro. O sindicato liderado por Joana Bordalo e Sá queixa-se do “silêncio” do governo relativamente à contraproposta sobre as grelhas salariais, novo regime de dedicação e integração do internato médico na carreira.