Matar ou não matar? A dúvida de uma Catarina que nos interroga como povo
Se a democracia estivesse em jogo e a morte de um fascista pudesse salvá-la, matá-lo-íamos? O D. Maria II reabre ao público com “Catarina e a Beleza de Matar Fascistas”, de Tiago Rodrigues.
Se a democracia estivesse em jogo e a morte de um fascista pudesse salvá-la, matá-lo-íamos? O D. Maria II reabre nesta segunda-feira ao público com “Catarina e a Beleza de Matar Fascistas”, de Tiago Rodrigues. Uma peça sobre a ameaça dos extremismos e a tolerância neste presente.
Portugal, 2028. A extrema-direita está no Governo com maioria absoluta e prepara-se para fazer alterações à Constituição. No sul do país, perto da aldeia de Baleizão, em pleno Baixo Alentejo, reúne-se uma família com o intuito de não deixar morrer uma velha tradição: matar fascistas. A situação política torna ainda mais solene o momento de iniciação de uma das jovens da família, Catarina, que se prepara para matar o seu primeiro fascista, raptado para o efeito. Tem 26 anos, a mesma idade com que Catarina Efigénia Sabino Eufémia foi morta com três tiros nas costas por um agente da Guarda Nacional Republicana na Herdade do Olival, em 1954.
É neste deambular entre o passado histórico português, marcado pela ditadura e pela repressão, e um futuro que põe em causa a própria democracia que vive a peça “Catarina e a Beleza de Matar Fascistas”, da autoria de Tiago Rodrigues, que marca a 19 de Abril, a reabertura do Teatro Nacional D. Maria II, depois de mais de três meses encerrado ao público.
Leia o artigo na íntegra na edição impressa do NOVO, nas bancas a 16 de Abril de 2021.