Mariana Mortágua diz que é alvo de processos “por ser uma mulher lésbica”

Deputada do Bloco de Esquerda disse, no debate “Linhas Vermelhas”, que as acções judiciais que têm sido movidas contra si têm a ver com as suas opções ideológicas, mas também com a orientação sexual.

A deputada Mariana Mortágua, que é candidata à liderança do Bloco de Esquerda, disse nesta segunda-feira, na SIC Notícias, que está a ser alvo de processos judiciais “por ser uma mulher de esquerda” e “uma mulher lésbica”, que tem “o dom de incomodar algumas pessoas com muito poder”.

Antes de iniciar o seu espaço de debate “Linhas Vermelhas”, em que divide estúdio com a ex-deputada centrista Cecília Meireles, Marina Mortágua disse que está a ser alvo de processos judiciais com “um intuito muito claro, que é o desgaste público e político”. Isto porque a comunicação social noticia a existência dos processos, “mesmo que o seu desfecho seja o arquivamento”.

“Sei que este tipo de pressão e de perseguição política vai continuar e até subir de tom e subir de nível, seja porque sou mulher, seja porque sou de esquerda, seja porque sou uma mulher lésbica, seja porque sou filha de um resistente antifascista, com um passado e uma importante história, seja porque aparentemente tenho o dom de incomodar algumas pessoas com muito poder”, disse a deputada bloquista, garantindo que, “infelizmente, nos dias que correm para algumas pessoas vale tudo na política”.

Em causa, nas declarações de Mariana Mortágua estiveram as três acções judiciais que foram movidas contra si, uma das quais pelo empresário Marco Galinha, dono da TSF, do Diário de Notícias e do Jornal de Notícias, por ter “identificado o seu sogro e sócio como sendo um oligarca russo”, e outros dois por um “membro destacado do Chega, que por curiosidade convoca Marco Galinha”.