Marcelo já teve alta e explica que teve uma quebra de tensão

Presidente da República esteve internado no Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, para onde foi transportado depois de ter desmaiado durante uma visita à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

Marcelo Rebelo de Sousa já teve alta do Hospital de Santa Cruz, em Carnaxide, para onde foi transportado, depois de ter desmaiado, esta tarde, durante uma visita à Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Nova de Lisboa.

À saída do hospital, já a sentir-se “muito melhor”; Marcelo Rebelo de Sousa explicou, detalhadamente, o que se passou: “Aconteceu-me aquilo que me tinha acontecido, em mais pequeno desta vez, em Braga, em Julho de 2018. Hoje foi também num dia muito quente, lá mais quente do que aqui. Eu já vinha mal disposto da véspera e tinha sido um processo muito lento, muito longo…”

“Eu não costumo almoçar e tomei aquilo que tomo normalmente, um fortimel. Fui a conduzir [até à Costa da Caparica]. A cerimónia deu-se bem, foi, aliás, muito restrita, e, antes dos discursos, tinham proposto um brinde com moscatel. Eu disse ´Não, porque vou falar, não faz sentido, eu falo e depois…’”, prosseguiu o Presidente da República. “Acabei por beber um moscatel quente mais tarde, mas acho que deve ter interagido, provavelmente, com a digestão do fortimel…”

O desmaio, segundo o relato de Marcelo Rebelo de Sousa, aconteceu quando acompanhava a ministra da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, a uma manifestação de investigadores, com quem já tinha falado à entrada da faculdade.

“Ainda assisti a uma troca de impressões. Depois, comecei a ter os mesmos sintomas que tinha tido em Braga, que é uma quebra de tensão”, continua a explicar. “Há uma quebra de tensão repentina, é chamado um fenómeno vagal, comecei a sentir tudo distanciado. Afastei-me do grupo, estava a sentir tudo muito quente, estava rodeado de muita gente, e tentei fazer o que tentei fazer em Braga, que foi chegar ao edifico sem ter desmaiado. Sentia-me a desmaiar, a tensão a baixar, a baixar, a baixar, e já não consegui. Pedi à ajudante de campo se me arranjava qualquer coisa para tomar, mas já não consegui…”

Marcelo Rebelo de Sousa foi assistido, no local, pelas “bombeiras da Trafaria” – como fez questão de sublinhar –, que lhe mediram a tensão: “Estava muito baixa, estava 8/6. 6 para mim é normal quando estou a tensão mais baixa, mas 8 não é normal”.

Chegado ao hospital, realizou vários exames: “Fizeram os exames e aqui tem de se fazer as análises duas vezes, por protocolo, para ver se houve enfarte, se não houve enfarte, se houve perturbação no coração, a ecografia o que mostra… Tudo isso foi feito, foi impecável”.

Já com alta hospitalar, Marcelo Rebelo de Sousa revelou que leva um molter – um dispositivo portátil que monitoriza continuamente a actividade elétrica cardíaca –, para “ver como vai a evolução da tensão”.

“A outra [reacção vagal] foi há cinco anos, espero nos próximos cinco anos não voltar a ter outra igual”, gracejou.

Marcelo Rebelo de Sousa revelou ainda o teor da conversa com António Costa: “Dou-lhe uma tristeza, ainda não é desta que morro. Temos sempre essa brincadeira de saber quem faz o elogio fúnebre do outro”. Adiantou também ter recebido um telefonema de “um dos chamados candidato a candidato a Belém” a quem disse: “Calma, ainda não é ocasião para começar a campanha a Belém”.

O Presidente da República deixou o Hospital de Santa Cruz com a recomendação dos médicos para “beber mais água, não tomar bebidas muito diuréticas ou com muito açúcar”.

Sobre o atendimento no Hospital de Santa Cruz, explicou, entre elogios ao SNS, que é onde costuma ser acompanhado e onde realizou a intervenção, em 2019, para saber se se candidataria ao segundo mandato enquanto Presidente da República.