Longos Dias tem o campeonato deste Sporting
Ruben Amorim tem sido convicto na defesa do jogo a jogo, crendo que um campeonato é feito de longos Dias durante toda a época. E efectivamente tem razão.
A expressão “longos Dias têm 100 anos” é vulgarmente utilizada na procura de uma justificação para protelação de algum tema ou tarefa que definimos como realizável no tempo. Ruben Amorim tem sido convicto na defesa do jogo a jogo, crendo que um campeonato é feito de longos dias durante toda a época. E efectivamente tem razão.
Nada se ganha no início, mas tudo se pode perder no fim, o que nos obriga a lutar contra Dias maus. Há Dias que são de pouco critério, de pouca lucidez e de pouca qualidade. E são esses os Dias que devemos encarar com o melhor de nós, com audácia, garra, determinação e espírito de sacrifício: predicados que tornem esses maus Dias em momentos felizes.
A vitória em Braga tem contornos épicos pela forma como Gonçalo Inácio, à sua segunda falta, leva o segundo amarelo e consequente vermelho, perante a pressão dos jogadores arsenalistas – num daqueles Dias maus que podem deitar por terra o trabalho dos longos Dias de campeonato.
Ver a capacidade de sacrifício desta equipa, liderada por um Coates estratosférico, apoiado na segurança de Adán e com a audácia de Matheus Nunes – que, na sua sublime juventude, decide o segundo clássico este ano -, é motivo de grande alegria para todos os sportinguistas e a convicção que este momento pode ter significado mais do que três pontos. Pode ser o combustível que faltava para reacender a chama de uma equipa que se mantém invicta no campeonato ao fim de 29 jogos e assim afastar de vez os Dias maus. E na esperança que terminem rapidamente os 100 anos deste campeonato, com a glória que tanto esforço, dedicação e devoção insistem em pedir.
*ex-Director Técnico do Sporting e adepto do Sporting