Keir Starmer continua sem convencer. O Labour numa encruzilhada
Keir Starmer foi eleito como novo líder dos trabalhistas britânicos há um ano. Fez o partido subir nas sondagens face a Corbyn, mas continua a ser ultrapassado por Boris. E ainda ninguém sabe exactamente o que é o “starmerismo”.
Aquela estátua devia ter sido retirada de forma correcta, consentida, e colocada, por exemplo, num museu.” A frase foi dita por Keir Starmer, líder do Partido Trabalhista britânico. Estávamos em Junho de 2020 e o mundo atravessava ainda a pandemia de covid-19 sem vacinas. O Reino Unido – muito embora fosse na altura um dos países europeus mais afectados pela doença – enredou-se por momentos num outro debate: o que pensar da acção de alguns manifestantes que deitaram abaixo a estátua de um comerciante de escravos, em Bristol? O líder da oposição britânica deu a sua resposta numa entrevista à rádio LBC: “Foi totalmente errado”, disse, por um lado. Por outro, acrescentou que uma estátua daquele género “não tem lugar na Grã-Bretanha do século XXI”.
A reacção de Starmer é sintomática do caminho sinuoso que o actual líder do Labour, eleito para o cargo há um ano, está a percorrer. “A posição dele é a de não tomar posição nestas guerras culturais”, ilustra ao NOVO o historiador e especialista no Labour Steven Fielding. “Ele está a tentar evitar ser arrastado para conflitos desnecessários e criar uma plataforma maior, que atraia diferentes grupos.” Na era pós-Brexit, os trabalhistas debatem-se com esta charada: como manter consigo os eleitores mais jovens, urbanos e de minorias étnicas e, ao mesmo tempo, não perder os votos da classe trabalhadora branca e mais velha que votou pela saída da União Europeia?
Leia o artigo na íntegra na edição impressa do NOVO SOL, nas bancas a 16 de Abril de 2021