Instagram é a “loja” preferida dos portugueses… e a culpa é dos influenciadores
Quase metade já escolhe o que quer comprar nas redes sociais. Um terço dos Millennials compra online pelo menos uma vez por semana.
Os portugueses estão mais digitais, mas ainda preferem concretizar as compras ao vivo e a cores. As redes sociais são o local preferido para procurar produtos e informação sobre os mesmos, com o Instagram a ganhar às demais, revela a plataforma de compras e pagamentos globais Klarna.
Num estudo a que o NOVO teve acesso, o Shopping Pulse da Klarna, e que analisa as principais tendências de compra consultando 19 mil consumidores em 18 países, é notória a maior digitalização dos portugueses, com 42% a comprar o que vê online. Mas na hora da verdade, a maioria ainda prefere concretizar a compra presencialmente, em lojas físicas.
Ainda assim, mais de um quarto admite já fazer compras online pelo menos uma vez por semana (+4% do que em dezembro), com os canais digitais a ganhar relevo entre os mais jovens: mais de um terço da GenZ e dos Millennials já opta por toda a experiência online, apontando a conveniência e a variedade de escolha como razões. A facilidade de comparar preços e características dos produtos também pesa na escolha de 36% desses consumidores.
E onde ficam as preocupações com a sustentabilidade? Se para a globalidade dos países a utilização de materiais sustentáveis ou recicláveis estão no topo das prioridades, os portugueses valorizam mais a sustentabilidade social, com as condições de trabalho na produção dos artigos à cabeça (ver comparação abaixo).
Portugal não tão digital
Feitas as contas, por comparação com outros países, Portugal está, ainda assim, menos aberto ao digital, com a preferência pelo e-commerce a destacar-se já em grande parte dos países analisados pela Klarna – 59% compra diretamente da rede social consultada, contra apenas 40% por cá. Só Áustria e Nova Zelândia têm mais preferência pela experiência física do que Portugal.
Mercearias e medicamentos são os mais comprados presencialmente, por oposição a produtos de entretenimento e eletrónica, em que o e-commerce está mais destacado.
Portugal é porém dos que mais buscas e comparações fazem online antes de decidir comprar. “Enquanto 35% do total dos inquiridos assume já ter comprado um produto após ter visto o mesmo nas redes sociais”, entre os consumidores portugueses essa proporção sobe para 41%, com grande peso das mulheres (42%) e da Gen Z (48%).
No que respeita às plataformas de eleição, genericamente o Facebook continua a dominar as preferências, seguido do Instagram e Youtube, com o TikTok a ganhar espaço. Mas em Portugal as duas primeiras posições invertem-se: o Instagram lidera (57%) sobretudo na GenZ (75%), nos Millennials (68%) e entre as mulheres (60%). E a razão prende-se com sugestões que apanham nas páginas de influenciadores digitais. São estes os maiores triggers das compras digitais a partir de redes sociais em Portugal.
Comprar agora, pagar depois
“Se, até ao trimestre passado, os consumidores ainda preferiam comprar online através do computador, o cenário hoje é um pouco diferente”, revela também o estudo da Klarna, apontando que a maioria dos portugueses (53%) “já faz as suas compras através do smartphone, sendo que a percentagem de pessoas que compram online através de um computador desceu para 43%”.
Apesar desta maior aptidão para o e-commerce, a esmagadora maioria ainda considera que tem uma melhor experiência de compra em loja física. “Para melhorar processos entre a experiência de compra digital e em loja, a grande maioria dos consumidores acharia útil poder falar com funcionários ou especialistas em produtos, quando fazem compras online”, revela a plataforma. Em Portugal, esta preferência é apontada por 91% dos consumidores.
“Chegada a hora de pagar, os consumidores portugueses acompanham o comportamento global, dando preferência ao método Buy Now Pay Later (61%) em detrimento do cartão de crédito (20%).” E são mesmo os que mais aderem a esta ideia, entre os países analisados.