Hugo David e Inês Pedruco estreiam criações com a Companhia de Dança de Almada

Em setembro a Companhia de Dança de Almada tem duas estreias marcadas: “As Cores da Água”, um videodança de Hugo David, e “ShortCut”, da coreógrafa Inês Pedruco

Em setembro a Companhia de Dança de Almada tem duas estreias marcadas: “As Cores da Água”, um videodança de Hugo David e “ShortCut”, da coreógrafa Inês Pedruco, são as criações em estreia que integram a programação da 31.ª Quinzena de Dança de Almada – International Dance Festival.

Tendo como base a peça “RGB”, com conceito de Jon López e Martxel Rodriguez, para a Companhia de Dança de Almada, Hugo David propôs-se desenvolver um projeto de videodança, “As Cores da Água”, transportando os corpos dos intérpretes para fora do palco, fazendo face aos elementos. “RGB” é rica de cor, luz e contrastes cromáticos, que são representados no videodança através das paisagens e elementos que rodeiam estes corpos numa linguagem fotográfica. Ao longo do desenvolvimento do projeto a água ganhou progressivamente protagonismo e presença, de forma que se transforma também num corpo intérprete de movimento, cor, forma e luz.

“As Cores da Água” estreia no Salão da Carochas, em Almada, dia 22 de setembro, inserido no programa 1 da Mostra de Videodança, uma secção da Quinzena de Dança de Almada.

Uns dias mais tarde, a 30 de setembro, no palco principal do Teatro Municipal Joaquim Benite, a Companhia de Dança de Almada estreia “ShortCut”, uma criação da coreógrafa Inês Pedruco, com apoio à dramaturgia de Rafaelo Barreto.

“ShortCut” é uma criação inspirada em alguns contos do livro “Short Movies” de Gonçalo M. Tavares. Na sinopse, assinada por Rafael Barreto, pode ler-se “(…) talvez seja uma visita ao interior de alguém. “ShortCut”, conta-nos várias histórias, mas foca-se numa só (…). Um som foi tudo o que bastou para entrarmos sem permissão no seu interior.”

O que dizem Inês Pedruco e Rafael Barreto?

“Desde a primeira vez que folheámos o livro, os textos de Gonçalo M. Tavares foram sentidos e a vontade de dar vida às suas palavras tornou-se inspirativa. Queremos atribuir a cada palavra um ritmo especial, através de movimentos, tentar reproduzir os sentimentos do autor dando início a um processo imaginativo e criativo. (…) Na fusão entre a imagem poética literária e a imagem poética da dança, as estruturas coreográficas alimentam o imaginário e as da literatura influenciam e melodiam a criação do movimento expressivo na dança. Ao estabelecer um diálogo artístico que funde a imagem literária e a imagem poética da dança, relaciona-se a literatura e a dança, a criação e o processo coreográfico, e desta fusão nasce o objeto coreográfico.”

A Companhia de Dança de Almada (Ca.DA) é uma associação cultural sem fins lucrativos, que desenvolve a sua atividade essencialmente nas vertentes da criação artística, formação em dança e programação cultural. Fundada por Maria Franco, iniciou atividade como companhia profissional de dança contemporânea em 1990. Desde então, produziu mais de uma centena de peças de coreógrafos nacionais e estrangeiros, apresentadas no país e no estrangeiro.