“Há pessoas que já estão identificadas e disponíveis [para o Governo do PSD]”
Veio da sociedade civil. É advogada de carreira, mas tem ideias claras sobre o que deve ser a sociedade. A igualdade de género é para si um ponto de honra e diz que são precisas todas as pessoas para pôr o país a crescer. Acusa o Governo de ser dirigista e paternalista e lembra que o PSD é um partido de centro e centro-direita que tem sempre de ter uma oposição serena.
Advogada na área dos negócios e sócia da Sérvulo, Inês Ramalho é a vice-presidente do PSD que veio da sociedade civil e se estreou na política ativa. Trabalha, sobretudo, as áreas da igualdade e políticas sociais, que são para ela bandeiras. Quer colocar Portugal a crescer e diz que o modelo socialista entrou em falência e alimenta a subsidiodependência
Tem trabalhado, sobretudo, as áreas da igualdade de género e as políticas sociais. Que passos pretende dar o PSD em matéria de igualdade?
A igualdade de género é uma bandeira do PSD e é uma das questões que está a ser tratada no Conselho Estratégico Nacional, composto por mais mulheres e não foi por acaso, e é uma matéria que vai fazer parte do programa eleitoral. Queremos que seja um critério transversal. A desigualdade no mercado de trabalho é uma das áreas que mais nos preocupa. E podemos atuar noutras áreas para diminuir esta desigualdade. Por exemplo, nas creches. Se não existirem vagas suficientes nas creches, quem sai do mercado de trabalho é a mulher, porque normalmente é quem ganha menos. Assim que assumimos funções, apresentámos uma proposta, que o PS depois acabou por apresentar, mas a medida está a falhar na execução. Acho que o Governo tem esta falha permanente: tem uma boa medida que coloca em lei e depois é como se a lei em si mudasse a realidade, quando é apenas um início. Como existem problemas na execução, vai haver de novo problemas no novo ano. Como sociedade, temos de estar sempre a crescer e não a descer, como é a lógica socialista.
Porque é que diz que a lógica socialista é para descer?
Porque é uma lógica muito assistencialista e de dar subsídios, de dar o peixe. O PSD prefere ensinar a pescar. Estamos a criar uma cultura de subsídios e de migalhas. Hoje, não há espaço para poupar e investir, nunca tivemos tantas despesas, o nível de vida está mais caro, os impostos nunca estiveram tão altos e os serviços públicos emagreceram. A classe média está asfixiada com impostos e despesas. Neste momento, o nosso foco tem de ser as famílias e meter o país a crescer.
Por isso, apresentaram primeiro mexidas no IRS e não no IRC?
A proposta que apresentámos foi apenas um início, estamos preparar uma reforma mais global. Optámos pelas famílias porque elas estão asfixiadas e têm de ser elas a prioridade. Se aligeirarmos a vida das famílias, vamos ter, depois, outros efeitos positivos. A isenção de 15 %, por exemplo, para os jovens vai também favorecer as empresas. Mas ainda podemos ir mais além na proposta que fizemos, se houver margem. Como estamos em minoria, precisamos do apoio de todos no Parlamento.
Leia a entrevista na íntegra na edição do NOVO que está este fim de semana nas bancas.