Guterres pede acção internacional para fim imediato do conflito no Sudão

Secretário-geral da ONU alerta que o país enfrenta uma catástrofe humanitária devido a um conflito que pode tornar-se uma guerra aberta por tempo indeterminado.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou ao fim imediato dos combates no Sudão, reiterando que o país enfrenta uma catástrofe humanitária. Tal deve acontecer antes que mais pessoas morram e o conflito se converta numa guerra aberta por tempo indeterminado.

De visita a Nairóbi, no Quénia, Guterres apontou que a comunidade internacional tem de agir e “pressionar os generais em guerra, mas também todos os que eventualmente lucram com esta a pararem” o conflito.

“Todas as partes devem colocar primeiro os interesses do povo sudanês e isso implica que a paz regresse à vida civil, permitindo o desenvolvimento do país”, disse o secretário-geral.

Já esta quinta-feira, primeiro dia da semana de tréguas anunciada, o exército sudanês revelou que as suas unidades entraram em confronto com o grupo paramilitar Forças de Apoio Rápido, em Cartum, deitando por terra os efeitos práticos dos acordos de cessar-fogo entre as duas facções.

Os protagonistas do conflito são o general do exército Abdel Fattah al-Burhan, líder do país desde o golpe de Estado de 2021, e o seu ex-vice, general Mohamed Hamdan Dagalo, que se tornou um rival. Ambos entraram em confronto pelo controlo do país a 15 de Abril.

De acordo com a ONU, o conflito já provocou cerca de 500 mortes e mais de 100 mil pessoas fugiram para países vizinhos.