Governo quer urgências e privados a passar baixas médicas
Ministério da Saúde está a trabalhar com a Segurança Social para que os atestados médicos possam ser passados nas urgências dos hospitais e também por médicos privados.
O director-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Fernando Araújo, revelou esta terça-feira que as urgências e os privados deveriam também passar certificados de incapacidade temporária – termo médico que designa o que conhecemos vulgarmente por baixa ou atestado médico.
“Não faz sentido fazer que o doente, depois de ir às urgências, tenha de se deslocar ao seu centro de saúde para pedir o certificado de incapacidade temporária”, afirmou Fernando Araújo.
Nesse sentido, o Ministério da Saúde e a Segurança Social estão a trabalhar em conjunto para que os atestados médicos possam ser passados nas urgências dos hospitais e também pelos médicos privados.
Fernando Araújo falava na abertura da apresentação do Índice de Saúde Sustentável, desenvolvido pela Nova Information Management School, no Centro Cultural de Belém, em Lisboa.
“Há doentes que, por exemplo, tiveram um AVC e que já sabem que vão ficar mais tempo sem poder trabalhar. Não faz sentido também obrigá-los a ir todos os meses ao centro de saúde”, justificou.
Assim, diversas medidas estão em preparação e outras já foram aplicadas para melhorar o funcionamento dos serviços públicos de saúde, deu conta Fernando Araújo, sublinhando uma “revolução silenciosa” no SNS, designadamente em termos de organização, como a extinção das Administrações Regionais de Saúde.
Outra das medidas que estão em preparação, neste caso com a Direcção-Geral da Saúde, passa pelo recurso às farmácias comunitárias para a vacinação covid-19 na próxima época Outono/Inverno.
De realçar que o Índice de Saúde Sustentável concluiu que o investimento no SNS em 2022 permitiu um retorno de 7,8 mil milhões de euros para a economia, graças ao impacto dos cuidados de saúde no absentismo e na produtividade.
Segundo dados divulgados, este retorno foi superior (mais 300 milhões) ao valor apurado em 2021 (7,5 mil milhões).