Francisco Assis alerta que “não podemos conviver com situações graves”

Socialista defende que João Galamba devia ter saído do Governo e alerta que seria “muito negativo” para o país a realização de eleições antecipadas. Considera “um erro” estar a antecipar a discussão sobre a liderança do PS, mas defende que o partido deve apresentar uma candidatura “forte” nas eleições presidenciais.

Francisco Assis defende que o ministro das Infra-estruturas, João Galamba, devia ter saído do Governo, mas alerta que a dissolução do Parlamento seria “muito negativa” para o país. Numa entrevista à RTP, o presidente do CES alertou que “não podemos conviver com facilidade com situações que são graves”, porque “estamos a abrir a porta ao crescimento” do populismo.

“Ele teria prestado algum serviço, até ao bom relacionamento institucional do país, se tivesse tomado uma decisão que era dizer ao primeiro-ministro que tinha ficado muito grato pela solidariedade que ele lhe tinha manifestado, mas que entendia que aquela decisão de pôr o lugar à disposição se devia manter”, disse Francisco Assis, no programa Grande Entrevista.

O antigo líder parlamentar do PS criticou as escolhas de António Costa para o Governo e preferia “figuras políticas com peso próprio”. Há “ministros com pensamento político, mas há também uma certa preferência por um modelo de organização do Governo com recurso a personalidades com pouca autonomia política”, acrescentou.

Lembrando que nunca se afastou do PS, apesar de durante alguns anos não ter sido “convidado para nada”, Assis considerou que “não faz sentido” discutir a sucessão de António Costa e garantiu que não está a ponderar uma candidatura à liderança. “Não faz qualquer sentido estar a antecipar uma resposta a uma questão que não se coloca. É um erro estar sistematicamente a discutir quem é o próximo”.

Sobre as eleições presidenciais, Francisco Assis admitiu apoiar uma eventual candidatura de Augusto Santos Silva no caso de o presidente da Assembleia da República avançar. Mas também admitiu que António José Seguro “pode ser candidato a Belém apoiado pelo PS”. São “dois nomes” possíveis, mas há outros, disse Assis, acrescentando que o Partido Socialista “deve ter a preocupação de apoiar uma candidatura forte”.