Fidélio Guerreiro é candidato independente à Câmara de Setúbal
O ex-militante socialista e antigo líder de uma associação empresarial defendeu que o Governo se deve apoiar nas autarquias para a aplicação do Plano de Recuperação e Resiliência, na apresentação como candidato independente à autarquia sadina.

“O PRR [Plano de Recuperação e Resiliência] devia ter uma distribuição equitativa pelas autarquias”, disse Fidélio Guerreiro, de 77 anos, que esta terça-feira se apresentou como cabeça de lista à Câmara de Setúbal pelo movimento independente Amar Setúbal, nas próximas eleições autárquicas.
Estimando que, “com uma distribuição equitativa do PRR, a Câmara de Setúbal deveria receber cerca de 200 milhões de euros”, o candidato independente considerou que tal valor seria suficiente para o concelho recuperar dos efeitos da pandemia de covid-19 “em dois anos”.
O antigo presidente da já extinta Associação Empresarial da Região de Setúbal (AERSET), que nos anos 80 também esteve ligado à Operação Integrada de Desenvolvimento (OID) que permitiu a recuperação económica da Península de Setúbal, disse ainda que o concelho registou um acréscimo de “três mil novos desempregados” devido à pandemia de covid-19 e advertiu para a necessidade de se voltar a recuperar toda a economia da região.
Fidélio Guerreiro defendeu também a criação das NUTS 2 e 3 da Península de Setúbal, para que a região volte a beneficiar de apoios comunitários que perdeu com a integração na Área Metropolitana de Lisboa, em 2013, uma vez que o rendimento per capita na margem norte do Tejo é muito superior e inviabiliza o acesso dos municípios da margem sul a muitos apoios europeus.
NUTS é o acrónimo de `Nomenclatura das Unidades Territoriais para Fins Estatísticos, sistema hierárquico de divisão do território criado pelo Eurostat para harmonização das estatísticas regionais dos vários países da União Europeia e que se subdivide em NUTS1, NUTS2 e NUTS3, sendo estas últimas, NUTS 2 e 3, as unidades administrativas que autarquias e as principais empresas da região reclamam para a Península de Setúbal.
A ausência de resposta do atual Governo ao pedido de criação urgente das NUTS 2 e 3 da Península Setúbal foi uma das razões que precipitou a saída de Fidélio Guerreiro do PS, no passado mês de março.
Na apresentação da candidatura, Fidélio Guerreiro defendeu igualmente a necessidade de modernizar a Câmara Municipal de Setúbal e de se melhorar a capacidade de apoio do município a potenciais investidores, fundamentais para o desenvolvimento do concelho.
O candidato prometeu ainda criar a figura do Procurador do Cidadão, para acompanhar os pedidos e sugestões dos municípes, bem como a concretização dos pedidos que sejam exequíveis.
Questionado pela agência Lusa, Fidélio Guerreiro afirmou-se convicto de que o movimento Amar Setúbal irá cumprir os requisitos legais para formalizar a candidatura independente à Câmara Municipal de Setúbal.
A CDU governa a Câmara de Setúbal com maioria absoluta, com um total de sete eleitos. O PS é, atualmente, a segunda força política do concelho de Setúbal, com três vereadores, enquanto o PSD tem apenas um.